BRASÍLIA — Em crise com os militares do governo federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes entrou em contato nesta terça-feira com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. A conversa foi "cordial", segundo Gilmar Mendes confirmou ao GLOBO.
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No sábado, Gilmar Mendes disse que o Exército se associou a um "genocídio" em alusão à condução do governo Bolsonaro frente à epidemia da Covid-19. O Ministério da Defesa divulgou uma nota de repúdio em seguida e enviou, nesta terça-feira, uma representação contra o ministro do STF à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Apesar da representação, a instrução no governo federal é de botar panos quentes sobre o episódio. Pazuello disse a aliados que a conversa desta terça-feira serviu para abrir um canal de comunicação com Gilmar Mendes.
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Não houve um pedido de desculpas de nenhuma das duas partes, mas o tom foi amigável. O presidente Jair Bolsonaro chegou a recomendar que Pazuello conversasse com Gilmar para acalmar os ânimos, ainda segundo interlocutores do ministro da Saúde.
Em entrevista ao UOL nesta tarde, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que não há atrito com o STF e disse que o assunto está “superado”.
— O ministro Gilmar mendes ligou para Pazuello, eles conversaram. O próprio presidente da República orientou ao ministro Pazuello a que recebesse a ligação do ministro Gilmar Mendes. Eu considero que esse assunto está superado.
O episódio com Gilmar Mendes reforçou a opinião da ala militar do Palácio do Planalto de que o interino Eduardo Pazuello deve ser substituído para que não haja associação entre a gestão na Saúde e o Exército brasileiro. O prazo para sua gestão é agosto, segundo integrantes do governo federal.