Política

Flávio Bolsonaro diz que vai marcar data de depoimento no MP após ter acesso à investigação sobre Queiroz

Em nota, ele afirmou que só foi notificado no último dia 7
O ex-assessor Fabrício Queiroz e o senador eleito Flávio Bolsonaro Foto: Reprodução/Facebook
O ex-assessor Fabrício Queiroz e o senador eleito Flávio Bolsonaro Foto: Reprodução/Facebook

RIO — O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro , não compareceu nesta quinta-feira para prestar depoimento ao Ministério Público do estado do Rio. No dia 21 de dezembro do ano passado, o MP do Rio divulgou que esta quinta-feira foi a data sugerida para a oitiva de Flávio. Nesta tarde, no entanto, o senador eleito afirmou em suas redes sociais que só foi notificado no último dia 7 e que, para agendar seu depoimento, vai esperar ter acesso aos autos da investigação sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em 2016 de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, apontada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ).

Por prerrogativa parlamentar, o deputado poderia optar por outra data para prestar esclarecimentos. Queiroz e os familiares também já faltaram aos depoimentos marcados pelo MP do Rio. O ex-assessor recebeu depósitos de funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio e também fazia saques fracionados na boca do caixa.

"Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia 7/Jan, às 12:19. No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor. Ato contínuo, comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para que não restem dúvidas sobre minha conduta", afirma o senador eleito em nota.

Queiroz já foi convocado para comparecer ao MP do Rio quatro vezes, mas faltou em todas as ocasiões. Em duas delas, justificou a ausência por conta de problemas de saúde. Ele retirou um tumor no intestino no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Os familiares do ex-assessor, que também trabalharam para Flávio, também não compareceram ao MP na última terça-feira alegando que haviam se mudado temporariamente para São Paulo com o objetivo de acompanhar Queiroz no tratamento.

Na nota, Flávio diz que não pode ser responsabilizado por atos de terceiros:

"Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública".

O MP do Rio informou em nota que Flávio protocolou nesta quinta-feira requerimento de cópia integral da investigação. O deputado estadual pode ter acesso aos autos, segundo o MP, por ser advogado e por ter sido notificado para prestar depoimento.

"A solicitação do deputado foi em resposta ao ofício encaminhado pelo procurador-geral de Justiça à Presidência da Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ) no dia 21/12/2018", afirma o MP do Rio.

O órgão diz ainda que, valendo-se de sua prerrogativa parlamentar, o deputado estadual esclareceu que informará local e data “para prestar os devidos esclarecimentos que porventura forem necessários”.

"O Ministério Público do Rio reafirma que as investigações prosseguem com a realização de diligências de natureza sigilosa e oitivas de outras pessoas relacionadas aos fatos em apuração", afirma a nota.

Em entrevista ao SBT , no fim de dezembro, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro justificou a movimentação dizendo ser "um cara de negócios".

- Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Na minha época lá atrás, compra um carrinho, mandava arrumar, revendia. Tenho uma segurança - afirmou o ex-assessor na entrevista, sem dar mais detalhes sobre sua atuação no ramo.