Sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas — a COP-30 — em novembro de 2025, o Pará registrou uma queda de 29% na área recoberta por alertas de desmatamento em maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com dados do Deter, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O total reduzido no mês passado foi de 138 km².
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Já no acumulado entre agosto de 2023 e maio deste ano (Prodes 2024), a área recoberta por alertas no estado é de 1.210 km². O número é 48% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando foi de 2.341 km².
A diminuição de 1.131 km² no período representa a maior redução entre todos os estados da Amazônia Legal (31% do total). Os alertas apontam uma redução de 3.603 km² de destruição na área que engloba nove unidades da federação.
Como mostrou o GLOBO, o Pará é conhecido como o estado mais vulnerável à extração ilegal de madeira, grilagem e conversão de terras em pastagens. A decisão da cúpula climática coloca Belém como palco de encontro de líderes mundiais para discussões sobre meio ambiente e estratégias globais para combater os efeitos do aquecimento global.
Em sua passagem pela COP 28, no início de dezembro, o governador Helder Barbalho (MDB) celebrou a redução de cerca de 50% do desmatamento no Pará nos 11 primeiros meses do ano passado, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Barbalho afirmou que sediar o evento é uma oportunidade de transformação para a história do estado — que nas últimas décadas representou o maior obstáculo para a imagem sustentável do Brasil.
Entre os gargalos ambientais do estado estão as queimadas. O Pará foi o estado com mais focos de incêndio em 2023, segundo o Projeto Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Foram 41.719 casos (22% do total no Brasil), quase o dobro do segundo colocado, Mato Grosso (11,4%).
Em 2023, a taxa anual de desmatamento no Pará alcançou seu menor valor desde 2018, segundo levantamento do sistema Prodes, do Inpe. Mas o estado permanece na liderança dos índices na Amazônia Legal pelo menos desde 2008, quando a série histórica foi iniciada, com 40,85% da área desmatada.
Outro desafio enfrentado pelo estado é a indefinição fundiária. Dados do Imazon apontam que 28,5% do território amazônico não tem informações sobre destinação de terras. Além disso, entre 2013 e 2020, quando o desmatamento voltou a subir na Amazônia, 40% da perda de florestas ocorreu nessa área de indefinição fundiária.