Política

Moraes revoga prisão de Sara Giromini e a proíbe de chegar perto do Congresso e do STF

De acordo com a decisão, investigados no inquérito sobre atos antidemocráticos serão monitorados por tornozeleira eletrônica e não podem se comunicar entre si
A extremista bolsonarista Sara Giromini, uma das irganizadoras do movimento 300 do Brasil Foto: Reprodução/Instagram
A extremista bolsonarista Sara Giromini, uma das irganizadoras do movimento 300 do Brasil Foto: Reprodução/Instagram

BRASÍLIA — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a soltura da extremista Sara Giromini e de outros cinco  integrantes do movimento extremista "300 pelo Brasil", mas determinou que eles passem a usar tornozeleira eletrônica e fiquem proibidos de manter contato entre si.

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Moraes determinou ainda que eles mantenham distância de, no mínimo, um quilômetro dos edifícios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, além de ficarem obrigados a permanecer apenas em suas residências e no local de trabalho, sem circular pelas ruas.

A prisão da extremista e dos demais integrantes do grupo ocorreu no inquérito que apura a organização e realização de atos antidemocráticos, que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do STF. Ao pedir a determinação de medidas cautelares, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, aponta que, "levando-se em consideração a gravidade e a reprovabilidade das condutas pretéritas atribuídas aos membros do grupo, importa resguardar, ainda que de forma não tão intensa, a garantia da ordem pública e a regularidade da instrução criminal, de modo a reduzir os riscos de 'atos de interferência ou prejudiciais à investigação' advindos das respectivas solturas".

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Segundo as investigações da PGR, o movimento liderado por Sara Giromini "se diz contrário a uma intervenção militar e propõe uma intervenção popular. Anunciou a formação de um grande acampamento no Distrito Federal para treinar militantes dispostos a defender o governo Bolsonaro".

Além de Sara, são alvos das medidas cautelares Emerson Rui Barros dos Santos, Érica Vianna de Souza, Renan de Morais Souza, Arthur Castro e Daniel Miguel, todos integrantes do grupo. Pela decisão de Alexandre de Moraes, eles não podem manter contato entre si e nem com os outros investigados no inquérito dos atos antidemocráticos.

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Em nota, a defesa de Sara Giromini afirmou que as medidas determinadas são "desproporcionais e desprovidas de razoabilidade" e apontou "grave e inequívoca ofensa ao princípio da presunção de inocência". A defesa afirmou ainda que protocolou no STF um pedido de impedimento e um de suspeição de Alexandre de Moraes para os processos envolvendo ela.

"A defesa informa que tomará todas as medidas cabíveis para restaurar os diretos de todos, principalmente, de ir e vir e a liberdade de expressão", diz a nota.