Brasil

Nome de novo ministro da Educação é motivo de apreensão nas universidades federais

Economista Abraham Weintraub foi anunciado nesta segunda como substituto de Ricardo Vélez Rodríguez
O novo ministro da Educação Abraham Weintraub Foto: Divulgação / .
O novo ministro da Educação Abraham Weintraub Foto: Divulgação / .

BRASÍLIA – O anúncio do economista Abraham Weintraub como novo ministro da Educação foi recebido com apreensão pelas universidades federais, ligadas à pasta. A preocupação é que o perfil do titular anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, crítico de um suposto marxismo cultural nessas instituições, resulte em cerceamento e perseguições.

Profissionais das instituições federais de ensino apontam um desgaste pré-existente entre Weintraub e o setor. Ele denunciou ser perseguido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde dava aulas, por apoiar o o então deputado Jair Bolsonaro, em 2017, que já se preparava para disputar as eleições. O ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, chegou a pedir uma audiência pública sobre o tema na Comissão de Educação da Câmara no ano passado, quando exercia o mandato de deputado federal.

De forma reservada, dirigentes de universidades federais avaliam que a relação conflituosa do setor com o Ministério da Educação (MEC) poderá se agravar em virtude do perfil de Weintraub. A análise é de que, assim como Vélez, ele carrega forte viés ideológico e não tem experiência em gestão.

Uma das principais preocupações das universidades federais, além de perda de autonomia na prática, é a elaboração do orçamento de 2020. Para este ano, os dirigentes já não esperavam muito do MEC, tendo em vista a falta de interlocução com a gestão Vélez. O respeito à lista tríplice para nomear reitores, uma tradição mantida há pelo menos 15 anos, é outra preocupação das instituições.