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Por Paolla Serra, O Globo — Brasília

A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu que a chacina em que dez pessoas da mesma família foram mortas foi motivada por uma disputa de terras de alto valor financeiro. De acordo com as investigações, os criminosos presos pretendiam ficar com o valor de cerca de R$ 2 milhões referente à venda da chácara de uma das vítimas localizada em uma área de proteção ambiental, onde há uma cachoeira, próxima à Região Administrativa do Itapuã. 

Segundo o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana, Gideon Batista de Menezes, 55 anos; Horácio Carlos, de 49; Fabrício Silva Canhedo, 34; Carlemom dos Santos, de 26, e Carlos Henrique Alves da Silva, de 25, planejaram durante três meses a morte de toda a família para tomar posse do imóvel de Marcos Antônio Lopes, de 54 anos.

O inquérito apurou que, em 23 de outubro, os bandidos alugaram o cativeiro onde iriam manter as vítimas. Em 28 de dezembro, o plano começou a ser executado na própria chácara, quando Marcos, sua esposa Renata Juliete Belchior, de 52 anos, e a filha deles, Gabriela Belchior de Oliveira, de 25, foram rendidos. 

Na ocasião, Gideon deu acesso a Carloman e a um adolescente, com a intenção de simular um roubo à chácara. Horácio estava no local e fingiu-se de vítima. No entanto, o Marcus reagiu, sendo atingido com um tiro na nuca por Carloman, morrendo no local. Assustado, o adolescente pulou o muro durante a madrugada e fugiu do local.

Depois disso, o grupo criminoso levou Renata, Gabriela e Marcos para o cativeiro. Na mesma noite, o homem foi morto e enterrado no local por Gideon e Horácio.

Em 4 de janeiro, os criminosos levaram Cláudia e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, também para o cativeiro. Ela havia vendido uma casa no valor de R$ 200 mil que também virou objeto de cobiça por parte do grupo, que simulou, com o celular de Marcos, que Gideon, Horácio e Fabrício a ajudariam na mudança. Ao entrarem no local, foram rendidas e levadas para dois cômodos.

No dia 12, Thiago Gabriel Belchior, marido da cabeleireira Elizamar da Silva, recebeu um bilhete o atraindo com a mulher e os três filhos do casal até a chácara. De lá, os levaram até Cristalina, em Goiás, onde asfixiaram as vítimas e queimaram o carro dela.

Em 14 de janeiro, Renata e Gabriela foram mortas em Unaí, Minas Gerais, e tiveram o carro queimado por Horácio e Gideon. No dia seguinte, Thiago, Cláudia e Ana saíram do cativeiro com vida, mas acabaram sendo esfaqueados pelos criminosos e tiveram os corpos jogados e enterrados em uma cisterna em Planaltina, Região Administrativa do Distrito Federal. 

Ainda de acordo com as investigações, durante o tempo em que foram mantidas no cativeiro, as vítimas foram obrigadas a fornecer dados pessoais sobre contas bancárias e cartões de crédito para os criminosos. Os suspeitos serão indiciados por latrocínio consumado, associação criminosa qualificada, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro qualificado com resultado morte, homicídio qualificado, além de ocultação e destruição de cadáver. Caso sejam condenados pelos crimes, eles podem receber penas entre 190 e 340 anos de prisão.

Vítimas e acusados de executores no caso da chacina de Planaltina (DF) — Foto: Editoria de Arte
Vítimas e acusados de executores no caso da chacina de Planaltina (DF) — Foto: Editoria de Arte

Entenda o caso

De 14 a 16 de janeiro, a polícia recebeu denúncias de desaparecimento de dez pessoas, todas da mesma família. Os denunciantes eram dois filhos de Elizamar, que foi assassinada: um rapaz de 24 anos e uma jovem de 18 anos, preocupados com o sumiço da mãe e os demais parentes.

Investigadores descobriram que dois carros com corpos carbonizados haviam sido encontrados em Cristalina (GO) e Unaí (MG) entre os dias 13 e 14, e o veículo achado em Goiás pertencia a Elizamar. Dentro dele, havia quatro corpos: o da cabeleireira e de três filhos — um menino e uma menina, gêmeos, de 6 anos, e um garoto de 7 anos.

Renata Juliene Belchior, de 52 anos, e Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, esposa e filha de Marcos Antônio, por sua vez, estavam no carro deixado em Unaí (MG).

Marcos Antônio Lopes de Oliveira foi achado na chácara usada como cativeiro pelos assassinos e onde acredita-se que a família tenha sido mantida refém. A ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina Marques de Oliveira, e sua filha, Ana Beatriz Marques de Oliveira, foram encontrados na fossa de uma casa abandonada nas proximidades do local, em Planaltina. Um terceiro corpo encontrado na cisterna era do filho de Marcos Antônio, Thiago Gabriel.

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