A atriz trans Leona Jhovs registrou boletim de ocorrência por agressão sofrida de um agente da Guarda Civil Metropolitana. Ela preside o Instituto Luz do Faroeste e teria sido agredida no domingo passado, dia 26, na esquina das ruas Triunfo e Gusmões, na região da Cracolândia, em São Paulo, durante uma ação social para entrega de marmitas, O projeto "Você tem fome do que" recebeu recursos de emendas parlamentares.
O boletim de ocorrência foi registrado na sexta-feira (3) e a codeputada deputada estadual Carolina Iara, da bancada Feminista do PSOL, acompanhou Leona na delegacia. Nas redes socia, a deputada disse que Leona foi agredida com um soco nas costas por um agente da Inspetoria de Operações Especiais.
Leona e outra ativista do grupo, Amanda Amparo, também sofreram agressões verbais. Ao G1, a atriz afirmou que a ação policial foi violenta e desde o primeiro momento os agentes apontaram armas para elas. "A violência no meu corpo vai ficar no meu inconsciente, mas está feito. Sou travesti, já passei por coisas piores. Estou de pé e vou continuar. Duas coisas me doeram: a primeira, quando passamos por eles, eu os cumprimentei. Como trabalhadores, sabe? Um aceno de cabeça e um boa tarde. A outra coisa foi quando tomei dimensão que estava apanhando da polícia em uma ação de entrega de marmitas. Ou seja: combatendo a fome. E ser agredida nesse movimento é realmente surreal", afirmou.
O caso foi registrado no 96º Distrito Policial do Itaim Bibi, na Zona Oeste da capital. A Polícia Civil informa que o caso foi registrado como lesão corporal , a atriz foi ouvida e orientada quanto ao prazo de representação criminal.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou em nota que a Guarda Civil Metropolitana ainda não foi notificada oficialmente da ocorrência, mas abriu uma apuração preliminar para averiguar os fatos. Disse ainda que a GCM não compactua com irregularidades e que os desvios de conduta dos agentes são apurados pela Corregedoria.
"A atuação da Guarda Civil Metropolitana é pautada pelo respeito aos direitos humanos e à dignidade das pessoas, preceito que deve ser seguido por todos os servidores públicos", diz a nota.
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