Brasil
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Por Paulo Assad — Rio de Janeiro

Os riscos de sofrer um ataque de tubarão são baixos em praticamente todo o litoral brasileiro. Há, no entanto, uma exceção, a região de Recife (PE) — onde entre o último domingo e a segunda-feira duas pessoas foram vítimas de encontros com esses peixes. Se comparado aos EUA, no entanto, mesmo no estado nordestino os episódios são raros: na Flórida, por exemplo, a quantidade desses incidentes chega a ser dez vezes maior. Ainda assim, o estado americano tem índices de letalidade proporcionalmente menores ao de Pernambuco, segundo o biólogo marinho Marcelo Szpilman, presidente do AquaRio.

— A Flórida tem 10 vezes mais ataque que o estado de Pernambuco. O indice de fatalidade lá é de 1%, aqui é 33% — aponta Szpilman, autor de livros sobre tubarões, antes de sugerir as duas explicações por trás dessa distância entre os dois — A primeira delas é a diferença entre as espécies. Em Recife, a presença é do tubarão de cabeça-chata, maior e com mais poder de mordida. Na Flórida, são animais menores.

Outro motivo, segundo a o biológo, está no acesso das equipes de resgate a treinamento adequado para essas situações:

— Os salva-vidas de Recife são muito bem treinados para o salvamento aquático. O que falta é um treinamento mais intensivo para primeiro atendimento — diz o Szpilmann, apontando que raramente as vítimas de tubarões morrem por serem "comidas" pelos animais — O que mata é o afogamento provocado pelo choque hipovolêmico (situação de emergência decorrente da perda de grande quantidade de líquidos e sangue). Quando a pessoa é resgatada da água, não morre porque você consegue conter o sangramento.

Ainda segundo Marcelo Szpilmann, o fenômeno dos ataques de tubarão é, em parte, resultado da ação humana, com a construção do Porto de Suape. Obras que aterram mangues, locais nos quais os tubarões encontravam alimento, e bloquearam o acesso a rios, onde as fêmeas dos cabeça-chata iam parir seus filhotes, obrigaram os animais da espécie a buscarem novas áreas para habitar. Isso os levou ao litoral de Recife e ao maior contato com banhistas.

— Quanto maior a interação do homem com o tubarão, maior o número de acidentes. — pontua Spzilmann, para quem os ataques foram demonstrações da territorialidade desses animais — Essa coisa do animal querer se alimentar do homem é muito raro. É problema de território.

Como se prevenir

  • Horários de risco: A partir do anoitecer até o amanhecer são os horários preferidos dos animais para caçarem. Por isso, se for dar aquele mergulho durante um luau, prefira entrar somente até a água bater na cintura.
  • Objetos brilhantes: Não mergulhe usando pulseiras, tornozeleiras e outros metais que brilham. Os tubarões podem confundir com escamas de peixes.
  • Avistei um tubarão, e agora? O ideal é manter a calma. Se você fizer movimentos bruscos vai chamar a atenção do animal. Nade sempre de forma que ele esteja sempre em seu campo de visão e tente sair o mais rápido possível da água. Se for surfista, tire os pés da água e reme calmamente até a orla.
  • E se ele tentar atacar? Antes do ataque os tubarões começam a ficar muito agitados. Caso ele avance em você, tente acertá-lo no focinho e nas guelras.

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