Brasil
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Por Henrique Gomes Batista e Thayz Guimarães — Rio

Aos 22 anos, Helena de Souza Monteiro se tornou a primeira fuzileira naval brasileira em dezembro do ano passado. Embora o Brasil esteja atrasado em relação às forças militares de grandes potências e de países vizinhos, a Marinha comemorou o feito como um marco que pode levar mulheres a ocupar, em breve, 20% das posições da força.

— Todas são capazes, se estão determinadas — recomenda a fuzileira naval a possíveis interessadas. — Se desejam a carreira militar, estudem, se preparem fisicamente e façam parte.

Mulheres entre militares pelo mundo — Foto: Editoria de arte
Mulheres entre militares pelo mundo — Foto: Editoria de arte

Natural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Helena sempre aspirou ao mundo militar, mesmo sem ter ninguém da família próxima desse meio. Solteira e sem filhos, ela conta que, ao fazer o ensino médio em Quintino, na Zona Norte do Rio, ainda não conhecia bem as divisões militares e detalhes da carreira. Mas se preparou para o concurso de ingresso na Escola Naval.

Mudança em etapas

Atualmente, dos 358 mil militares brasileiros, 35.109 são mulheres, ou 9,78% do total, em diversos postos e graduações. Foi no fim do governo Dilma Rousseff, em 2014, que a Marinha autorizou a entrada de mulheres na Escola Naval. Mas elas tinham obrigatoriamente de ir para o quadro de intendentes, assumindo funções administrativas.

Em 2019, o Congresso criou a possibilidade de as alunas também irem para o corpo da Armada ou integrarem os Fuzileiros Navais — na linha de frente.

Dentre os 180 aspirantes da turma de Helena, a primeira em que essa escolha era possível, havia oito mulheres. Cinco optaram pela Armada e duas pela intendência. Embora Helena tenha sido a única mulher entre 30 novos fuzileiros, o caminho começa a se abrir: duas outras fuzileiras navais devem se formar em 2023, e mais uma no ano seguinte.

— É uma oportunidade que jamais imaginei, de ser a primeira. Sou muito grata a Deus e à Marinha. Quanto mais puder motivar as mulheres, melhor.

Helena sustenta que não sofreu machismo na Marinha ou na Escola Naval. Fez o mesmo treinamento físico, tático e estratégico dos outros aspirantes. Conquistou o respeito da tropa e muitas vezes tem liderança entre os colegas.

— Cada dia que passa tem mais mulheres no meio militar, fazendo algo novo, um curso diferente, vamos vencendo cada etapa — diz.

O vice-almirante Pedro Luis Gueiros Taulois, comandante do Pessoal de Fuzileiros Navais, é entusiasta da participação feminina:

— A mulher vem se inserindo há muito tempo, com muita responsabilidade e muito profissionalismo. É natural. Há espaço. A mulher é parte da solução da Marinha.

Disputa concorrida

Taulois conta que, na próxima turma de Soldado Fuzileiro Naval, cujas inscrições se encerraram em fevereiro, são esperados 480 alunos. Destes, 96 soldados, ou 20%, serão mulheres, afirma. O mesmo percentual é citado pelo almirante quando questionado sobre o crescimento da participação das mulheres na Marinha:

— Estamos em estudo (sobre o maior percentual de mulheres). A ideia é ampliar gradativamente até chegar a pelo menos 20% no curto prazo (atualmente, é de 11,57%). Fomos estudar outros países que incorporaram as mulheres nas forças armadas. Países de características diferentes: anglo-saxões, germânicos, latinos. Nossa expectativa é muito boa. O número de inscritas é muito alto: 7.450. Proporcionalmente, as vagas de mulheres estão mais concorridas que a dos homens — comenta o almirante, sobre a disputa para fazer parte da nova turma.

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