Uma mulher transexual brasileira foi agredida por policiais de Milão, na Itália, em via pública, nesta quarta-feira. As agressões aconteceram próximo a uma escola primária da cidade, foram registradas por uma testemunha e as imagens viralizaram nas redes sociais.
Os agentes lançaram gás de pimenta, deram pontapés e agrediram a brasileira nas costelas e na cabeça, com um cassetete.
Mulher transexual brasileira é agredida por policiais em Milão
Na filmagem, é possível ver o momento em que a mulher está sentada no chão e pelo menos três agentes desferem os pontapés, jogam o gás, puxam a brasileira pelos braços e tentam imobilizá-la para continuar as agressões. Um dos agentes ainda finaliza a sessão de violência com mais um golpe na costela.
Ainda de acordo com a imprensa europeia, o caso aconteceu por volta das 8h15, no fuso horário local. A mulher, que teria 41 anos e não foi identificada, perambulava pelas ruas e ameaçava transeuntes, dizendo que os “transmitiria HIV”, diz o jornal italiano L'Espresso.
Já detida, ela teria dado cabeçadas nos policiais. Após fingir que estava desmaiada, teria fugido a pé até o local onde o vídeo foi gravado. As autoridades italianas investigam o caso para entender o que consideram um “grave episódio”, e avaliar possíveis medidas disciplinares a serem aplicadas aos agentes.
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Presidente da Câmara de Milão, Giuseppe Sala diz que o incidente “lhe parece sério”, mas que prefere aguardar a produção de um “relatório”.
— Para poder intervir formalmente é necessário que a polícia local faça uma denúncia. Depois, face ao resultado do relatório, várias coisas podem ser feitas: tomar medidas, como a suspensão ou uma reclamação à autoridade judiciária — diz Sala.
O vereador italiano Michele Albiani cita um “ataque violento e inaceitável”.
— Qualquer que seja o crime cometido (as investigações estão apenas no início e há versões diferentes), ataque violento a uma pessoa desarmada é inaceitável (...) As responsabilidades serão esclarecidas. Se não, que confiança se pode ter nas instituições? Somos realmente incapazes de garantir os direitos civis mais básicos? Aguardamos o desenvolvimento das investigações — afirma.
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