O número de mortos no Rio Grande do Sul por conta das fortes chuvas do mês já é superior a 50, segundo dados divulgados pelo governo do estado nesta quarta-feira. No total, oito pessoas seguem desaparecidas.
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O último balanço da Defesa Civil do estado aponta que um mais um corpo foi identificado no Vale do Taquari, levando o número de vítimas das chuvas que atingiram a região no início do mês a 50. Novas mortes que ocorrerem em outros locais do Rio Grande do Sul estão fora dessa contagem. É o caso de Elizabete Nunes, de 60 anos, morta após ser levada por uma enchente, enquanto estava dentro de seu carro, em Barra do Ribeiro, nesta terça-feia.
Já na manhã desta quarta-feira, o corpo de um homem foi encontrado na orla do Guaíba, em Porto Alegre. A causa provável foi descrita pela Brigada Militar como afogamento. Não está ainda confirmado se a morte tem relação com as chuvas dos últimos dias.
Veja abaixo a relação de mortos por cidade no Vale do Taquari:
- Bom Retiro do Sul: 1
- Colinas: 2
- Cruzeiro do Sul: 5
- Encantado: 1
- Estrela: 2
- Ibiraiaras: 2
- Imigrante: 1
- Lajeado: 3
- Mato Castelhano: 1
- Muçum: 16
- Passo Fundo: 1
- Roca Sales: 13
- Santa Tereza: 1
- São Valentim do Sul: 1
Oito pessoas seguem desaparecidas no estado, de acordo com informações da Polícia Civil.
- Arroio do Meio: 1
- Encantado: 1
- Lajeado: 2
- Muçum: 3
- Roca Sales: 1
El Niño
Após um inverno quente e atípico, a primavera não trará uma trégua do calor. Pelo contrário: nos próximos meses, as temperaturas ficarão acima da média em todo o país. A única exceção é o sul do Rio Grande do Sul, onde o El Niño potencializa as chuvas e as temperaturas devem ficar amenas devido ao tempo fechado por vários dias consecutivos, explica Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Normalmente, a primavera é uma estação de transição do inverno, um período frio e seco, em direção ao verão, quente e chuvoso. Mas com o El Niño, fenômeno climático que tem origem no aquecimento da água do oceano, o verão tende a ficar mais quente e o inverno menos rigoroso, porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país.
No Brasil, o El Niño tem dois efeitos bem definidos: enquanto há o aumento de chuvas e a queda de temperaturas na região Centro-Sul do país, no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, o efeito é o contrário.