A seca no rio Amazonas revelou três novos sítios arqueológicos na região, segundo anunciou, nesta terça-feira, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Descritos como de "grande relevância", os locais eram totalmente desconhecidos dos especialistas.
Entre os novos sítios arqueológicos estão as ruínas do Forte São Francisco Xavier, no município de Tabatinga (AM). Construído durante o século XVIII, no Rio Solimões, próximo de onde hoje fica a tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, a construção marcava a presença da Coroa portuguesa no território.
De acordo com o Iphan, a fortaleza era a última parada para aqueles que navegavam no Solimões em direção aos Andes. A construção tinha formato hexagonal e nove peças de artilharia. Duas delas estão expostas no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Outras três encontram-se no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões.
Outro sítio arqueológico encontrado é o de Costa do Goiabeira, em Anamã, município a 160 km de Manaus. A estiagem permitiu que fossem encontradas urnas funerárias feitas de cerâmica no local.
O terceiro novo sítio fica no município Urucará, a 260 km da capital, nas margens do rio Uatumã. Nele, a seca tornou visível petróglifos, como são conhecidas as gravuras rupestres feitas em pedra. De acordo com o Iphan, as imagens são pré-colonias e "representam o modo de vida de povos que habitaram aquela região no passado".
Os três novos locais foram registrados no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), banco de dados de bens arqueológicos no Brasil.
Um quarto sítio arqueológico, já conhecido dos pesquisadores, também veio à tona por conta da estiagem. Trata-se de Ponta das Lajes, onde uma série de petróglifos foram identificados durante uma outra grande seca que atingiu o Amazonas, em 2010.
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