Brasil
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Por — Rio de Janeiro

As altas temperaturas em boa parte do Brasil nesta semana vem assustando até os moradores de cidades que já são acostumadas com o calorão. Segundo o Inmet, uma forte massa de ar seco está estacionada no Brasil, impedindo a passagem de frentes frias e a formação de nuvens. Além disso, o MetSul afirma que a “brutal onda de calor”, que atinge principalmente os estados entre o Sudeste e o Centro-Oeste, também está relacionada ao El Niño, fenômeno que favorece bloqueios atmosféricos e calor excessivo no Centro do país.

Segundo o alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), moradores de pelo menos 1.413 municípios serão afetados pela forte onda de calor. Todo o Sudeste e regiões do Sul, Norte e Nordeste estão com alerta laranja de "perigo", que aponta a recorrência da temperatura 5º acima do habitual por até cinco dias consecutivos. O Inmet também indica que a onda de calor é promovida pela condição de tempo seco e favorecida pela “subsidência atmosférica”, quando a pressão atmosférica entre a superfície e os níveis médios da atmosfera aumenta.

— Essa já é a oitava onda de calor do ano, pela permanência da massa de ar seco em boa parte do Brasil. Ela acabaria nesta quarta-feira, mas as condições persistem e esse estado vai ficar até o dia 17. Em altos níveis temos um anticiclone, que tem como característica manter essa massa de ar. Mas isso não significa que não vai chover, como está quente e seco, é possível esperar pancadas de chuva, rajadas de vento e até granizo — alerta Andrea Ramos, meteorologista do Inmet.

Animação mostra onda de calor pelo país em 12 de novembro — Foto: Editoria de Arte
Animação mostra onda de calor pelo país em 12 de novembro — Foto: Editoria de Arte

Além da massa de ar seco, o fenômeno El Niño, ligado ao aquecimento dos oceanos, acaba favorecendo os bloqueios atmosféricos. O fenômeno aumenta ainda mais o calor excessivo no Centro do país, e caminha para se aproximar do patamar de um “Super El Niño”.

— A consequência de tudo isso é o El Niño, que começou em junho e vem alterando o comportamento. Vem forçando chuvas no Sul, como vimos, e o calor forte na região do Centro-Oeste e Sudeste. A maior intensidade dele é por conta do formato espiral, no centro mais intenso e à medida que se afasta perde força — disse Andrea.

As chances de um Super El Niño

Neste ano, o maior aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial intensificou a potência do El Niño, aproximando as temperaturas do Super El Niño. Segundo o boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar na última semana já era de 1,8ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central.

— O entendimento majoritário, e também nosso na MetSul Meteorologia, é que para haver a configuração de um Super El Niño é necessário ao menos um trimestre em que a média da anomalia da temperatura da superfície do mar fique acima de 2ºC. Assim, não basta que uma ou duas semanas tenham anomalia de +2ºC, mas é preciso uma média de ao menos um trimestre — afirma a meteorologista Estael Sias em publicação do MetSul.

Esta região é a usada pela Meteorologia como referência para definir se há o El Niño e qual a sua intensidade. De acordo com o MetSul, o valor positivo de 1,8ºC está na faixa de El Niño forte (+1,5ºC a +1,9ºC) e se trata da maior anomalia semanal observada desde o começo deste evento de El Niño.

A última vez que houve um Super El Niño foi em 2015 e 2016, após seis trimestres seguidos com anomalias de ao menos 2ºC, sendo o primeiro entre agosto e outubro de 2015 com 2,2ºC e o último janeiro a março de 2016 com 2,1ºC.

Já no Super El Niño de 1997 e 1998, houve cinco semestres com anomalias acima de 2ºC, de agosto a outubro de 1997 a dezembro de 1997 a fevereiro de 1998. Os trimestres mais quentes tiveram anomalia de 2,4ºC, entre outubro e dezembro de 1997, e de novembro a janeiro de 1998.

De acordo com as últimas previsões, a tendência é que o Pacífico Centro-Leste aqueça ainda mais nas próximas semanas, adiando o pico de calor esperado para o período entre ofim de dezembro e janeiro.

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