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Por — São Paulo

O aluno da escola municipal Vereador Felipe Avelino Moraes, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, que foi espancado por colegas após uma professora de artes ser demitida por beijar um estudante de 14 anos, recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (22). Ao GLOBO, a mãe do menino, Helena Andria, disse que, apesar de o filho não ter relação direta com o caso envolvendo a docente, ele se tornou alvo por ser melhor amigo da aluna que trocava mensagens com ela e a denunciou por má conduta à direção do colégio. A Secretaria Municipal de Educação nega relação entre os dois casos.

Um dos agressores do filho, segundo Helena, teria sido o adolescente que beijou a professora. A vítima foi espancada com chutes na região do abdômen e da boca na esquina de casa, após deixar o colégio, e teve trauma abdominal. De acordo com a mãe, um dos adolescentes teria dito ao menino que ele tinha sorte por não ir para o cemitério.

— Ele está com medo de voltar para a escola. Meu filho teve um hematoma na região abdominal e várias lesões pelo corpo. Ele não tem nenhuma relação com o caso, não era aluno da professora, mas foi agredido por ser melhor amigo da menina que fez a denúncia. Estou vivendo os piores dias da minha vida por conta da negligência da direção da escola que não resguardou os alunos e não levou a sério as ameaças que eles vinham sofrendo há dois meses — relata.

Em nota, a prefeitura afirmou que o caso de violência não tem relação com o fato envolvendo a professora, sendo motivada por outro assunto, e que a briga entre os alunos ocorreu fora da unidade escolar. A pasta não disse qual seria, então, a motivação.

Escola se omitiu

A mãe da vítima responsabiliza a escola por ter divulgado a autoria da denúncia contra a professora de artes, que foi a mãe de uma aluna que mantinha contato próximo pelo WhatsApp com a docente. Helena registrou um Boletim de Ocorrência por ameaça no 3º Distrito Policial de Praia Grande. O GLOBO procurou a Polícia Civil de São Paulo para saber se o caso envolvendo a professora será investigado, mas ainda não obteve retorno.

Além do Boletim de Ocorrência, a a mãe do jovem agredido afirmou que vai entrar com uma denúncia no Ministério Público (MP) para apuração da conduta da professora e da diretoria da unidade de ensino. Segundo ela, mesmo após o ocorrido, a diretora da instituição disse que ainda não tinha comunicado os pais dos alunos, inclusive, do menino que teria sido beijado pela professora.

A reportagem não conseguiu localizar a professora denunciada.

Em nota, o MPSP informou que até o momento não houve nenhum tipo de comunicação à Promotoria de Justiça de Praia Grande sobre o caso.

Professora disse querer transar com aluno

Uma professora de artes, de 25 anos, foi demitida após beijar e afirmar querer transar com um estudante de 14, de uma escola municipal em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Em mensagens trocadas com uma aluna, ela admitiu que também tinha interesse em outros alunos do colégio. Em conversas obtidas pelo GLOBO, a docente confessa que mantinha conversas com um segundo estudante através do Instagram e temia que o conteúdo pudesse ter sido lido pela mãe do adolescente.

A professora trabalhava na escola municipal Vereador Felipe Avelino Moraes. Em conversas com uma aluna, ela contou que beijou o estudante após irem ao mercado juntos e ele deixá-la em casa. Acrescentou ainda que "só o beijo não deu conta" e que quer "transar com ele". Os dois estavam acompanhados de um outro rapaz, que também estuda na instituição.

'Gostosinho'

O interesse por outros alunos é demonstrado nas mensagens por meio de comentários sobre a aparência física dos meninos, que foram chamados pela professora de "gostosinho" e "gatinho".

A docente foi denunciada à diretoria da escola pela mãe da aluna para quem enviou as mensagens. Após o caso ganhar repercussão, tanto a estudante quanto o melhor amigo dela passaram a receber ameaças de colegas na unidade de ensino.

O que aconteceu com a professora?

Em nota, a prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), informou que "a professora citada no caso foi desligada dos quadros funcionais por má conduta, assim que a pasta municipal soube do ocorrido. Ainda visando preservar os alunos, a direção da escola remeteu os fatos ao Conselho Tutelar, por se tratar de órgão de proteção da criança e do adolescente".

No que diz respeito à agressão, a prefeitura afirmou que o caso de violência não tem relação com o fato envolvendo a professora, sendo motivada por outro assunto, e que a briga entre os alunos ocorreu fora da unidade escolar.

"A pasta municipal informa que adotou todas as medidas cabíveis em relação à profissional, desligando-a do quadro funcional e encaminhando o caso para o Conselho Tutelar. No mais, compete à família do aluno que teve envolvimento com a docente, acioná-la criminalmente", concluiu o comunicado.

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