A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (7), a Operação Symbolic, tendo como principal alvo um brasileiro radicado em Montevidéu que controlava um grupo de empresas com sede em Santana do Livramento (RS) e movimentou cerca de R$ 15 bilhões entre 2019 e 2023. Ele é suspeito de fraudes cambiais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro cometidos no mercado de intermediação de pagamentos para plataformas de apostas e de investimentos no exterior.
O grupo de empresas atuava na intermediação de pagamentos vinculados a casas de apostas e plataformas de investimento do exterior, e estruturou processos de envio informal de dinheiro ao exterior e de lavagem de dinheiro, segundo a PF. Segundo a polícia, ele trabalhava com pessoas radicadas no Brasil, na Argentina e na Espanha.
As remessas de dinheiro enviadas ao exterior eram feitas principalmente através do criptoativos. O grupo mantinha um fundo estrangeiro responsável pela compensação remota de pagamentos no exterior. Paralelamente, o grupo investigado contava com o apoio de uma casa de câmbio de criptoativos para efetuar a remessa de valores ao exterior de maneira totalmente informal.
Para documentar o envio do dinheiro para outros países, a organização usava o mercado de câmbio formal, buscando dar aparência de regularidade à operação criminosa. Uma corretora e um banco de câmbio também estão sendo investigados por possível envolvimento nesses processos.
A PF também afirma que empresas não diretamente ligadas à organização eram usadas para movimentar parcelas dos recursos de forma a burlar os sistemas de controle e de compliance dos bancos. Há suspeitas de que essas ferramentas de intermediação financeira serviam para a lavagem de capitais de pessoas vinculadas a práticas de estelionato eletrônico e de tráfico de drogas, por exemplo.