A Penitenciária Federal de Mossoró, onde dois presos fugiram nesta quarta-feira, é conhecida por receber líderes de facções criminosas de diferentes estados. Entre os nomes com passagens pela unidade estão o traficante Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido para o presídio em janeiro deste ano, e 'Marcinho VP', que atualmente está Penitenciária Federal de Campo Grande, mas passou anos na unidade do Rio Grande do Norte.
Inaugurado em 2009, na cidade que fica a 277 quilômetros de Natal, o presídio tem capacidade para 208 presos em celas individuais. O local é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como “Supermax”, conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Outro criminoso na unidade é "Jamilzinho", "Bob" ou "Guri", alcunhas de Jamil Name Filho, apontado como o chefe de milícia armada ligada ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. Ele foi preso acusado de encomendar a morte de um homem por R$ 120 mil, que seria uma vingança após uma traição nos negócios. Os executores, no entanto, teriam errado e matado o filho do suposto alvo.
Caso Marielle
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de terem participado do assassinato da vereadora Mairelle Franco, também focaram presos no presídio federal de Mossoró. A mudança para uma unidade penitenciária fora do Rio de Janeiro, onde eles ficaram presos em um primeiro momento, foi solicitada através de uma denúncia do Ministério Público do Rio, e aceita pela Justiça, que alegava motivo de "segurança pública" .
Outro nome que esteve preso na unidade foi Orlando Curicica. O ex-policial militar, que seria chefe de uma milícia na Zona Oeste, foi transferido para a unidade de segurança máxima quando surgiram suspeitas de seu envolvimento também na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, hipótese que depois foi descartada pelos investigadores.
Fuga
Os dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira (14), estavam no presídio há quatro meses. Eles foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho". Antes, eles participaram da rebelião no presídio estadual de segurança máxima Antônio Amaro Alves, quando cinco detentos foram executados com requintes de crueldade.
Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, conforme divulgado na época pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima.