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Por O Globo — Rio de Janeiro

Com corpo alongado, cilíndrico, visão ruim e preferência por águas turvas, o peixe-elétrico é conhecido na região amazônica pelo tamanho e capacidade de predação inovadora. Popularmente conhecido como poraquê, o Electrophorus electricus chama atenção da comunidade científica pelo seu modo de vida e suas capacidades corpóreas.

Da ordem Gymnotiformes, esses animais têm como característica marcante — além do tamanho que pode chegar até 2,5 metros — a capacidade de produzir descargas elétricas de 650 a 860 volts, quantidade que pode paralisar presas e até derrubar um ser humano. Um exemplar adulto pode chegar até 20 quilos e o nome Poraquê, inclusive, em tupi, significa "o que coloca para dormir".

De forma semelhante a outros animais aquáticos, as cores do poraquê o ajudam a se camuflar dentro dos rios, com sua tonalidade escura na parte superior e amarelada na inferior.

Entenda como funciona o choque do animal

Conhecidas como eletrócitos, cerca e 90% do corpo dos poraquês é coberto por até dez mil mioeletroplacas que tornam o animal capaz de produzir e captar energia elétrica. Enquanto a célula muscular do peixe-elétrico se contrai ao receber um estímulo nervoso, o eletrócito consegue transformar o calor produzido nos músculos em eletricidade com entrada e saída de cargas positivas e negativas. Essas eletroplacas naturais funcionam como um sistema ligado em série, ou seja, quando uma recebe um estímulo, as outras seguem com uma reação em cadeia.

O corpo do peixe-elétrico pode ser entendido de maneira semelhante a uma pilha, com dois polos opostos: positivo e negativo. Com essa característica aliada à potência do choque, se uma pessoa tentar manipular o animal segurando em duas extremidades, ele pode imediatamente derrubar uma pessoa em segundos.

Chances de contato com o animal

Os poraquês precisam chegar à superfície para respirar de forma semelhante a um animal terrestre. Ou seja, precisam habitar lugares com fácil acesso a respiração, o que os aproxima e oferece riscos aos pescadores.

Apesar de possuir brânquias, o peixe-elétrico capta oxigênio por câmaras bucais, ou seja, o céu da boca desse bicho é repleto de espaços vascularizados que favorecem a respiração. Essa característica é, de certa forma, comum em animais de água doce, onde há muita matéria orgânica e altas temperaturas.

Pesquisas e conservação

Iniciada nesta terça-feira, uma expedição busca peixes-elétricos em igarapés, no fundo do Rio Negro e, em outros ambientes propícios do Amazonas. A empreitada tem como objetivo identificar novas espécies e desenvolver conscientização sobre a importância da biodiversidade local.

Coordenada por Naercio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), a incursão faz parte do projeto Diversidade e Evolução de Gymnotiformes e, ao longo dos anos, descobriu duas novas espécies de poraquês.

“A nossa intenção é mostrar a diversidade que existe e a ameaça que paira sobre o desaparecimento de espécies devido à construção de usinas hidrelétricas, queimadas, mineração, destruição da floresta”, explica Naercio à Agência Brasil.

Com cerca de 20 pessoas, entre pesquisadores e tripulantes, essa expedição deverá durar até dia 2 de março e tem como foco também a espécie Iracema caiana, que só foi capturada neste local uma única vez em 1968.

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