Minas Gerais
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Por — Rio de Janeiro

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que apurou as circunstâncias da morte de Jessica Canedo, de 22 anos, em Araguari. O caso foi investigado como suspeita de que a jovem havia sido vítima de uma fake news sobre um possível relacionamento amoroso com o humorista Whindersson Nunes. A divulgação da notícia falsa em perfis nas redes sociais, como o "Choquei", teria levado Jéssica ao suicídio. A investigação concluiu, no entanto, que prints de supostas conversas entre a jovem e o influenciador são de responsabilidade da própria Jéssica. O responsável pelo Choquei não foi indiciado.

O perfil "Choquei" chegou a ser investigado por suspeita de indução ao suicídio, mas com atualização no caso, a página não foi indiciada. Em entrevista ao GLOBO, o delegado Felipe Monteiro, da Polícia Civil de Minas Gerais, responsável pelo inquérito, concluiu que os perfis que foram usados para enviar prints de supostas conversas de Jéssica com o influenciador eram geridos pela própria vítima.

— Nós identificamos os três perfis de onde teriam sido originadas as notícias no suposto envolvimento. E a partir desses três perfis, nós pedimos quebras de sigilo e apuramos que os dados de criação e os dados de acesso aos perfis no período de dezembro de 2022 e de 2023, quando as notícias foram divulgadas, eles todos reportavam a própria jovem. Tanto dados de criação como, por exemplo, telefone, endereço de e-mail, como também dados de acesso aos perfis, IP, endereço do acesso de IP, tudo remetia à própria jovem. Então, por isso que a gente concluiu que foi ela a criadora e a divulgadora de tudo — contou o Monteiro ao GLOBO.

— Entramos em contato com algumas páginas, que haviam recebido as notícias, elas identificaram os perfis de onde se originaram essas notícias [sobre o possível affair da jovem com Whindersson]. E aí, a partir desse perfis, nós quebramos dados cadastrais e sigilo de acesso de IP desse perfis. E todos esses dados apontavam para Jessica — detalhou o delegado.

Jessica Canedo criou as notícias que foram divulgadas pelo perfil 'Choquei', comandado por Raphael Souza — Foto: Reprodução/Redes sociais
Jessica Canedo criou as notícias que foram divulgadas pelo perfil 'Choquei', comandado por Raphael Souza — Foto: Reprodução/Redes sociais

Munidos dessas informações, os agentes concluíram que, de fato, houve incentivo ao suicídio, mas por parte de uma outra jovem, de 18 anos, da cidade de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. Ela foi identificada pela Polícia e indiciada pelo crime de instigação ao suicídio.

— Durante a investigação, nós apuramos que teve uma única pessoa que diretamente instigou ela ao suicídio, que foi essa jovem do estado do Rio de Janeiro que foi indiciada pelo crime do artigo 122 do Código Penal —, contou Monteiro ao GLOBO.

De acordo com a legislação brasileira, a pena para uma pessoa que participação comprovada em instigar suicídio pode variar de dois a seis anos de prisão, em caso de consumação. Em tentativa com lesão corporal de natureza grave, o tempo de reclusão é de um a três anos.

Relembre o caso

Em 18 de dezembro de 2023, uma simulação de troca de mensagens entre Whindersson e Jessica foram compartilhados por páginas com grande alcance nas redes sociais, com destaque para a "Choquei", que acumula mais de seis milhões de seguidores no X (antigo Twitter). O destaque da notícia fez com quem uma campanha de ódio contra a jovem fosse intensificada na internet.

Depois de prestar esclarecimento à polícia, Raphael Souza, o dono da portal, a página publicou uma nota sobre a morte de Jéssica.

"Foram fornecidas provas sobre o fato gerador da notícia falsa que foi publicada originalmente por um outro perfil e republicada posteriormente pela Choquei - e foram disponibilizadas imagens de diálogos que mostram os procedimentos adotados assim que a falsidade foi descoberta, como a retirada imediata do conteúdo falso republicado", dizia a publicação.

O perfil afirmou ainda que "passa por um profundo processo de reavaliação interna dos métodos adotados visando a implementação de filtros e códigos de conduta para evitar que episódios dessa natureza voltem a acontecer".

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