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Por O Globo

As buscas pelos fugitivos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento do Penitenciária Federal de Mossoró (RN) completam um mês nesta quinta-feira(14). Os criminosos, vinculados ao Comando Vermelho, realizaram a primeira fuga de um instituição penal federal, pressionando o Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski, que mobilizou cerca de 600 agentes, além de drones, helicópteros e outros equipamentos. Indícios de ajuda da facção carioca dificultam o trabalho investigativo.

Lewandowski voltou ao Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (13) para verificar como seguem as investigações do caso. É sua segunda visita ao presídio. O presidente Luis Inácio Lula da Silva defendeu "ampliar o espaço da investigação" dos dois fugitivos, em entrevista ao SBT na última segunda-feira (11) mas o ministro declarou que há evidências de que os detentos continuam na região, o que não justificaria expandir para outros estados.

— Temos hoje convicção de que eles se encontram na região ainda. No dia 2 de março foram avistados. E no dia 12 de março (ontem) houve rastreamento positivo, que foi feito a partir da constatação de que cães de determinada casa ficaram bastante agitados — afirmou Lewandoswki.

Deibson e Rogério foram transferidos para Mossoró após estarem entre os principais participantes de uma rebelião em uma penitenciária do Acre que terminou com cinco mortos, três deles decapitados. O episódio aconteceu em julho de 2023 na prisão de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco. Eles estavam em celas individuais. Ao todo, os dois aparecem em 34 processos na Justiça, entre eles pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.

A fuga foi planejada, de acordo com as investigações. Os presos arrancaram uma parte metálica onde ficava a luminária da cela com uma barra de ferro que tiraram de suas próprias celas. Dali, subiram até o teto da penitenciária. Lá, eles acessaram uma espécie de shaft, uma abertura entre as paredes por onde passam tubulações de água e ventilação. A PF revelou que eles podem ter sido ajudados por alguém de dentro do presídio para fugirem.

Pistas da caçada

As primeiras evidências dos criminosos apareceram a 15 quilômetros da penitenciária, no dia seguinte da fuga, em um sítio que foi arrombado e roubado por invasores que levaram roupas e comida.

Nas primeiras semanas de fuga, parte da dificuldade em encontrar os bandidos, ocorreu devido as fortes chuvas e a geografia da região, mas os investigadores também levantaram indícios de uma ajuda do Comando Vermelho aos criminosos. De acordo com a polícia, eles receberam dinheiro da facção fluminense, que tem forte atuação nas regiões Norte e Nordeste.

A PF identificou um local onde a dupla teria ficado escondida por oito dias. O proprietário do sítio Ronaildo da Silva Fernandes foi preso acusado de dar abrigo, alimentos e armar os criminosos. Ele alegou, no entanto, que foi ameaçado pela dupla e prestou auxílio sob coação.

Além de Fernandes, a Polícia Federal prendeu outras cinco pessoas acusadas de ajudar Nascimento e Mendonça na fuga fora da penitenciária. O ministério da Justiça, no entanto, ainda trabalha com a hipótese de que eles estejam escondidos num raio de até 50 quilômetros do presídio federal.

Nas imagens, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça aparecem com cabelos e barba maiores e até utilizando disfarces — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Nas imagens, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça aparecem com cabelos e barba maiores e até utilizando disfarces — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Em determinado momento das buscas, há duas semanas, a polícia esteve próxima da dupla, mas fontes ligadas à investigação afirmam que a revelação dos métodos usados na caçada, fez com que os criminosos se antecipassem aos passos da polícia.

A polícia segue sem pistas de Deibson e Rogério desde 1º de março, quando os criminosos foram vistos furtando alimentos de uma fazenda em Baraúna, município vizinho a Mossoró. Eles foram avistados ao menos quatro vezes pela região.

A Inteligência da PF divulgou simulações de possíveis disfarces dos criminosos. As simulações foram elaboradas por papiloscopistas do setor de Representação Facial Humana do Instituto Nacional de Identificação (INI) da PF, em Brasília.

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