Depois que pescadores localizaram um barco à deriva com 20 corpos na região do Salgado, no nordeste paraense, a Polícia Federal anunciou que iria adotar protocolos da chamada Identificação de Vítimas de Desastres (DVI). O procedimento é baseado em técnicas internacionais, da Interpol e da Organização Internacional de Polícia Criminal (ICPO) e é utilizado em casos de desastres em massa, como acidentes aéreos, desabamentos, tsunamis, entre outros eventos catastróficos.
A principal suspeita até aqui é de que os corpos seriam de refugiados haitianos. Mas até a noite de sábado, a Polícia Federal não havia confirmado a informação. A finalidade do DVI é garantir que todas as vítimas sejam identificadas de forma precisa e digna, permitindo que famílias recebam os corpos e possam realizar as cerimônias adequadas de enterro, além de garantir as exigências legais, quando necessário.
O trabalho mobiliza profissionais técnicos, em especial peritos criminais, médicos legistas e antropólogos forenses, e é realizado em conjunto com o Instituto Médico Legal (IML). Os protocolos internacionais definem as melhores formas de coleta, especialmente em quatro fases: dados antemortem (informações sobre as vítimas antes do desastre), postmortem (dados obtidos dos corpos das vítimas), local de desastre e e fase de comparação.
A PF é a responsável por coordenar os trabalhos. Investigações através de impressões digitais, registros odontológicos, amostras de DNA, características físicas e objetos pessoais são os mais comuns durante a DVI.
O mistério do barco
O barco foi encontrado na região do Salgado, no nordeste do estado, de acordo com informações da Polícia Federal. Essa região abrange 11 municípios, como Salinópolis, São João de Pirabas e Terra Alta. Segundo as informações iniciais, havia 20 corpos na embarcação e a principal suspeita era que se tratavam de refugiados haitianos.
A Polícia Federal disse que as apurações do caso estão sendo feitas em conjunto com diversos órgãos de segurança e equipes da PF, com peritos e papiloscopistas. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou a abertura de duas investigações sobre o caso, uma na área criminal e outra civil.
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