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A capital Porto Alegre vive uma crise de abastecimento por conta dos efeitos das chuvas que castigam o Rio Grande do Sul desde o último dia 25 de abril. Faltam água, energia e comida para moradores de áreas mais afetadas. Nesta segunda-feira, o prefeito da cidade, Sebastião Melo (MDB-RS), falou sobre a situação dramática que vive o município. O bloqueio de estradas e a enchente provocada pela elevação recorde do Rio Guaíba tem dificultado a chegada de doações.

— Em relação ao abastecimento, continuamos cheios de problemas — desabafou o prefeito. — Hoje passei o dia discutindo logística de abastecimento, estamos trabalhando intensamente para que possam chegar as doações.

Porto Alegre tem, até esta segunda-feira, 62 vias totalmente e 13 parcialmente bloqueadas. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) afirma que a população deve evitar deslocamentos, em especial nas áreas alagadas. O acesso seguro de entrada e saída da capital é feito apenas através da RS-118, RS-040 e avenida Bento Gonçalves. O Aeroporto Internacional Salgado Filho segue fechado por tempo indeterminado.

— Não tem sido uma governança fácil, mas todos os esforços estão sendo feitos para abastecer minimamente a cidade — acrescentou o prefeito. — Quando falta água e quando falta energia na cidade, vocês sabem o que acontece. Tive que baixar um decreto hoje de manhã indicando que as pessoas tenham um consumo responsável, apenas o necessário, e coloquei fiscalização em postos de gasolina, porque vi um posto lavando um carro. Nós somos uma gestão que não gosta de multar ninguém, mas se insistir, vamos mandar fechar.

Melo disse ainda que, quem tiver condições para a deixar a cidade, estará ajudando quem fica.

— Não há estoque de água suficiente no nosso depósito, então, mais uma vez, apelo para o racionamento. Com a situação que está a cidade, aqueles que tiverem condições de sair da cidade, seja para casa de um parente ou para a praia, é uma contribuição que essa família estará dando para aqueles que ficam — afirma.

Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, durante coletiva de imprensa sobre as chuvas que atingem o Sul — Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Alegre
Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, durante coletiva de imprensa sobre as chuvas que atingem o Sul — Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Alegre

Melo disse ainda que há equipes da prefeitura que levam mantimentos a moradores afetados pela catástrofe. Ele pediu para que, aqueles que precisam de mantimentos com mais urgência, se manifestem quando virem as equipes.

Apenas uma das 6 estações de água operam

Durante o comunicado à imprensa, o presidente da CEE Equatorial, Riberto Barbanera, afirmou que 170 mil clientes estão sem luz na Capital, a maioria por questões de segurança. Além disso, das seis estações de tratamento de água, somente uma — a estação Belém Novo — está operando, e com dificuldade por conta da turbidez da água. O Sistema São João, que leva água à região da Zona Norte da cidade, por exemplo, está desligado justamente por falta de energia. Cerca de 85% dos clientes estão desabastecidos de água.

Questionado, o prefeito admitiu ainda que deve elaborar para os próximos dias um decreto para limitar a circulação de pessoas na cidade, priorizando, por exemplo, os serviços essenciais. "É algo que deve acontecer nas próximas horas".

A crise de abastecimento passa ainda pela pane geral das casas de bombeamento de água fluvial da cidade. Das 23 existentes, apenas 5 estão funcionando. Isso porque a tecnologia delas não suporta uma elevação acima dos 3m do Rio Guaíba — e esse número já chega a 5,28m. Durante a coletiva de imprensa, a prefeitura e os técnicos da DMAE reconheceram que o sistema precisa ser repensado.

— A cidade era outra. Eu não tinha nascido quando veio aquela terrível enchente de 1941. A partir dali foram construindo os diques de proteção, o muro da Mauá, que nunca tinha passado por um teste de fogo como está passando agora... penso que não é o momento de discutir isso, mas sim de reconhecer que talvez precisemos substituir essas tecnologias por outras. Não vou me furtar disso. Eu reformei todas as casas de bomba no nosso governo, mas há casas de bomba projetadas equivocadamente do ponto de vista da engenharia e precisam ser remodeladas.

Maurício Loss também acrescentou:

— A cidade se reinventou depois da cheia de 1941. Agora, é a hora de se reinventar novamente. É um novo momento climático do planeta e esse sistema precisa ser reinventado. É o que os especialistas dizem para a gente.

430 mil sem luz no estado

No início da noite desta segunda, o governo estadual informou que realizou uma reunião virtual com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além de concessionárias e cooperativas de energia que atuam no Rio Grande do Sul para tratar sobre a questão da falta de energia.

— O objetivo foi atualizar a situação do abastecimento de energia elétrica, conhecer as dificuldades enfrentadas pelas companhias no restabelecimento, saber dos equipamentos emergenciais colocados em operação para agilizar o retorno e dialogar com as empresas para que priorizem os atendimentos de urgência, como dos hospitais — disse o secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli.

Segundo as companhias, cerca de 430 mil pontos estão sem luz no Rio Grande do Sul, incluindo as concessionárias CEEE Equatorial, RGE e cooperativas como Certel e Certaja.

A celeridade do restabelecimento dos serviços depende da liberação dos bloqueios em rodovias, muitas delas destruídas pela enchente. As companhias informaram que estão realizando o acompanhamento do cronograma de trabalho do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para o deslocamento das equipes de manutenção. 

A partir da redução dos níveis dos rios e dos alagamentos, as distribuidoras garantiram que irão trabalhar para restabelecer o serviço o mais breve possível, priorizando a segurança das pessoas. Muitas linhas de transmissão precisaram ser desligadas, preventivamente, devido ao risco de choque elétrico. 

Segundo o diretor-presidente da concessionária CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, o restabelecimento ocorrerá de forma gradual e conforme os alagamentos forem reduzindo, pois existe a necessidade de realizar a limpeza e os testes da rede.

—Temos muito trabalho pela frente. O tempo bom de sol, infelizmente, não é critério para normalizar o serviço. Enquanto essas áreas estiverem alagadas, por motivo de segurança, não será possível a restauração da energia.

Entre as ações emergenciais já implementadas está a contratação, por parte da RGE, de helicópteros para viabilizar a chegada da equipe técnica em locais de difícil acesso. A CEEE avalia, ainda, a disponibilidade de geradores de energia a serem instalados em pontos específicos.

Tragédia

Até a noite desta segunda-feira, de acordo com a Defesa Civil do RS, 85 mortes por consequência das chuvas já foram confirmadas. Há ainda registro de 134 desaparecidos e quatro óbitos que podem ter ligação com a tragédia. Ao todo, 385 municípios foram afetados, mexendo com a vida de 1.178.226 moradores. Segundo o estado, 47.676 foram direcionadas a abrigos e 153.824 estão desalojados.

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