O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) afirmou nesta sexta-feira que o estado irá recontratar agentes de segurança que foram para a reserva nos últimos dez anos. Segundo o governador, a prioridade neste momento é conter a criminalidade em meio à tragédia provocada pelas chuvas.
— Estamos com um efetivo gigantesco e fazendo a contratação de policiais e profissionais que foram para a reserva nos últimos dez anos para a segurança nos locais e dentro dos próprios abrigos. Vou repetir mais uma vez que a prioridade é a segurança. Não vamos dar espaço para criminosos que querem roubar, saquear pessoas que estão inclusive de maneira voluntária para ajudar as pessoas atingidas. Estamos com a força total para dar resposta prendendo e tirando essas pessoas dos locais que elas estejam praticando crime — disse Leite em coletiva nesta manhã.
Segundo o governador, o intuito é evitar que pessoas que já foram afetadas pela tragédia passem por novos traumas. Em Porto Alegre, mulheres e crianças poderão ficar em um abrigo exclusivo com vigilância privada. O anúncio ocorreu após seis pessoas serem presas por suspeita de estupro nos abrigos.
Eduardo Leite disse ainda que a prioridade neste momento são os municípios que ficam na margem da Costa Doce, como Pelotas e Rio Grande, que se preparam para mais chuvas.
O governador também anunciou a destinação de R$ 41,6 milhões para a saúde do estado, para que hospitais alagados possam ser recuperados, além da antecipação do décimo terceiro de servidores.
Segundo o último boletim da Defesa Civil do estado, já são 113 mortes confirmadas em decorrência das chuvas. Há ainda o registro de 146 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,9 milhão de pessoas até agora.
As autoridades locais ainda investigam se outras quatro mortes estão relacionadas com eventos meteorológicos. Ao todo, há 69.617 pessoas em abrigos, 337.116 desalojados, e 756 pessoas feridas socorridas.
— Lamentamos cada um deles. Nosso abraço as famílias — diz o governador.
Nesta quinta-feira, o governador havia afirmado que a reconstrução do estado deve custear R$ 19 bilhões.
— Estimamos um valor para as finanças das políticas públicas, além de restabelecer e reconstruir lugares e vidas que foram afetadas pelas chuvas. Isso vai exigir um esforço do orçamento público nesses próximos meses. Fazemos essa estimativa porque nada do Rio Grande do Sul pode ser tomado de decisão sem a participação do Rio Grande do Sul.
Nesse valor, estão inclusas estimativas de gasto com reforço de forças de segurança (R$ 217,1 milhões), estrutura de governo emergencial (R$ 1,5 milhão), assistência, como abrigos, aluguel social e benefício extraordinário do Volta por cima, programa de auxílio à população em situação de pobreza e extrema pobreza (R$ 2 bilhões), auxílio aos municípios por cofinanciamento (R$ 200 milhões) e custeio em saúde (R$ 252,3 milhões).
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira um pacote financeiro estimado em R$ 50,9 bilhões para famílias, empresas e pequenos produtores afetados pelas chuvas.
A previsão para o final de semana é de chuvas fortes entre sábado e segunda-feira. A maior intensidade ocorre no Centro, Norte e Nordeste do estado.