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Por — Rio de Janeiro

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) inicia nesta quarta-feira a realização de sobrevoos com drones para estimar a quantidade de peixes mortos nos rios Tanquã e Piracicaba, no interior do estado, que teriam sido contaminados por resíduos despejados irregularmente por uma usina da região. Segundo a empresa, técnicos da Agência Ambiental de Piracicaba já constataram que "a mancha de efluentes contaminados lançados pela Usina São José na semana passada [...] provocou a mortandade de peixes".

A Cetesb localizou a fonte poluidora no dia 7, "interrompeu o descarte irregular de resíduo industrial e iniciou as análises das amostras coletadas para definir as punições cabíveis à usina, que incluem multa gravíssima e encaminhamento para apuração de crime ambiental, além de ajustes de conduta por parte da empresa". As equipes da companhia seguem monitorando a operação da usina "para evitar novos despejos", "exigindo que fosse feita a limpeza dos resíduos empoçados em alguns trechos do rio", o que, segundo a Cetesb, já estaria sendo feito.

No último dia 15, "processos de inspeção e medição de oxigênio dissolvido (OD)" confirmaram que a contaminação atingiu também o Córrego da Pinga. Segundo o Ministério Público de São Paulo, os relatos sobre o surgimento de centenas de peixes mortos na região começaram a surgir no último dia 07, quando o órgão encaminhou vídeos e fotos à Gerência da Agência Ambiental de Piracicaba e à Ouvidoria da Cetesb "solicitando providências imediatas para a apuração das causas e dos possíveis responsáveis por tal ocorrência, bem como a adoção das medidas administrativas e criminais pertinentes".

"[...] Conforme nos foi informado pela Cetesb, no dia 08/07, foram constatadas evidências de extravasamento e de lançamento irregular de águas residuárias da Usina São José, em Rio das Pedras, que atingiram o Ribeirão Tijuco Preto, que deságua no Rio Piracicaba. Segundo o órgão ambiental, essa seria a provável causa das alterações na qualidade da água e da grande mortandade de peixes ocorrida no último domingo", diz o MP-SP.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso é investigado como "causar poluição de qualquer natureza". Um perito do Instituto de Criminalística e funcionários da Cetesb estiveram em região cortada pelo rio para colher provas. A SSP-SP confirmou que "uma indústria é investigada por crime ambiental" e que "a equipe da unidade prossegue com as diligências para esclarecer todas as circunstâncias".

Ainda de acordo com o MP-SP, "além da realização de vistoria em campo, de coleta de amostras da água e dos peixes, foi solicitada a elaboração de um relatório".

"Noticiamos tal ocorrência da mortandade de peixes à Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ, que tem auxiliado na construção de procedimentos mais ágeis, como é o caso do Plano Integrado de Proteção da Água - PIPA Piracicaba, a fim de colaborar para o enfrentamento desses episódios tão graves, que afetam o Rio Piracicaba e nossos ecossistemas aquáticos", afirma o MP-SP.

A Cetesb, agora, aguarda a conclusão de análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba para "embasar o processo administrativo que definirá a penalidade a ser aplicada à Usina São José", produtora de açúcar e álcool. Após recebimento de denúncias, no dia 7 deste mês, a empresa afirma ter "solicitado à empresa concessionária da UHE Salto Grande, em Americana, o aumento do vertimento de águas do reservatório".

Com isso, o Rio Piracicaba recebeu um maior volume de água com oxigênio dissolvido, "o que contribuiu para a diluição da carga poluidora", medida que visava reestabelecer a qualidade da água. Dois dias depois, dados de monitoramento da Cetesb no Rio Piracicaba "apontavam uma recuperação considerável na quantidade de oxigênio dissolvido", proporcionando "condições mais favoráveis para a sobrevivência dos peixes".

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