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Um ataque de homens armados deixou 10 indígenas Guarani Kaiowá gravemente feridos na Terra Indígena (TI) Lagoa Panambi, em Douradina, Mato Grosso do Sul, no início da tarde deste sábado, denunciaram o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Segundo o Cimi, as agressões começaram logo após a saída de agentes da Força Nacional do local, que chegaram a dizer para um dos indígenas “pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer”, antes de deixar a região.

Assista ao vídeo abaixo:

Vídeo mostra momento em que indígenas são atacados por homens armados na Terra Indígena

Vídeo mostra momento em que indígenas são atacados por homens armados na Terra Indígena

De acordo com o Conselho, os homens que realizaram o ataque portavam armas com munição letal e com balas de borracha e chegaram em caminhonetes. Após os tiros, dois indígenas ficaram em estado grave – um baleado na cabeça, e o outro, no pescoço.

Os dois, junto a outros seis que também tiveram ferimentos graves, foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados.

Ataque deixa 10 indígenas gravemente feridos em Douradina, Mato Grosso do Sul. — Foto: Apib
Ataque deixa 10 indígenas gravemente feridos em Douradina, Mato Grosso do Sul. — Foto: Apib

O ataque ocorreu em uma das sete retomadas de terras por indígenas na Lagoa Panambi. A TI, de 12,1 mil hectares, foi identificada e delimitada pela Funai ainda em 2011, mas sua demarcação está paralisada devido às discussões sobre a tese do marco temporal no Congresso.

Na sexta-feira, um ataque já havia ocorrido na retomada, a Pikyxyin, onde um casal de jagunços armados também foi preso pela Força Nacional no dia anterior. Ao denunciar a agressão deste sábado, a Apib destacou que há “muitas crianças e idosos no local”.

“As retomadas Guaraní e Kaiowa, Kurupa Yty e Pikyxyin estão sendo violentamente atacadas por ruralistas e capangas neste momento. Há vários feridos a bala de borracha e armas letais no local, também há grande concentração de camionetes em torno da comunidade Yvy Ajere”, disse em nota nas redes sociais.

Segundo o Cimi, após a pressão, a Força Nacional voltou a montar guarda nas retomadas. — (Mas) queremos saber a razão da Força Nacional ter saído daqui. Os agentes saíram e o ataque aconteceu. Parece que foi combinado. Queremos entender — disse um indígena Guarani Kaiowá à entidade.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) disse que a situação no local "está sob controle" e que as equipes da Força Nacional "têm intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanecem até o momento".

Afirma que a Força Nacional foi acionada por volta das 10 horas do sábado "para conter os ânimos que estavam acirrados entre indígenas e agricultores". "Na noite de sábado, uma equipe com quatro viaturas e 12 agentes da Força Nacional fez o patrulhamento no trecho Panambi e Lagoa Rica, em Douradina (MS), com 4 viaturas e 12 agentes da Força Nacional. Não houve ocorrências", diz.

Segundo o Cimi, a Defensoria Pública da União (DPU) se comprometeu a entrar com representação pedindo a destituição do comando da Força Nacional no Mato Grosso do Sul.

A entidade também acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que atendeu as vítimas dos ataques com duas ambulâncias nesta tarde.

O Cimi denuncia ainda que a Força Nacional teria comunicado a Coordenação Regional da Funai sobre os Guarani Kaiowá terem avançado nas retomadas. Uma equipe do órgão enviada à TI para averiguar a informação, no entanto, não teria confirmado a informação. Segundo a entidade, os indígenas seguem nos mesmos locais.

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