VATICANO - O papa Francisco aceitou neste sábado a renúncia de Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington e uma das figuras mais proeminentes da Igreja Católica nos Estados Unidos, após denúncias de abuso sexual a menores e jovens.
LEIA MAIS: Papa aceita renúncias de bispos chilenos após escândalo de abuso sexual
Arcebispo australiano é condenado por encobrir abusos sexuais de menores
Papa enfrenta lutas internas para promover reformas no Vaticano
O Vaticano disse, em comunicado, que McCarrick enviou sua carta de demissão ao Papa na noite de sexta-feira.
"O Papa Francisco aceitou sua renúncia do cardinalato e ordenou a suspensão do exercício de qualquer ministério público por ele, juntamente com a obrigação de permanecer em uma casa ainda a ser indicada a ele para uma vida de oração e penitência, até que as acusações feitas contra ele sejam examinadas em um julgamento canônico regular", diz o texto.
McCarrick, um padre que foi promovido a bispo e arcebispo da arquidiocese de Nova York antes de se transferir para Washington em 2001, é um dos cardeais americanos mais conhecidos internacionalmente.
Embora oficialmente aposentado, continuava a viajar, especialmente para defender questões de direitos humanos.
Em um comunicado publicado em 20 de junho, o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, explicou que sua diocese havia recebido denúncias de supostos abusos de McCarrick que datavam de "quase 45 anos".
Sob a Carta para a Proteção das Crianças, adotada em 2002 pelos bispos americanos após o escândalo de pedofilia que abalou a diocese de Boston, "uma agência independente" conduziu uma investigação cujos resultados foram transmitidos para um comitê que considerou as acusações "credíveis", ressaltou o cardeal Dolan.
Theodore McCarrick, "embora afirme ser inocente, aceita essa decisão", disse o cardeal Dolan, observando que o Vaticano pediu ao arcebispo emérito de Washington que não "exercesse publicamente seu ministério".
Segundo o "The Washington Post", Theodore McCarrick teria abusado de um adolescente.