Política Brasília

Para cortar custos, Aliança pelo Brasil muda estratégia para coletar assinaturas

Integrantes de partido que o presidente tenta criar planejam usar voluntários para reunir assinaturas em cartórios. Legenda precisa de 492 mil apoios até março
Aliados do presidente Jair Bolsonaro precisam de 492 mil assinaturas para criar o partido Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo
Aliados do presidente Jair Bolsonaro precisam de 492 mil assinaturas para criar o partido Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo

BRASÍLIA — O Aliança pelo Brasil , partido que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer criar, mudou de estratégia nas últimas duas semanas para conseguir viabilizar a coleta de assinaturas a tempo de ter um registro até as eleições municipais de 2020.

O grupo divulgou uma ficha de apoio, instruindo eleitores a preencher os formulários e registrarem esses documentos com firma reconhecida nos cartórios de suas cidades. A ideia inicial era que o Aliança pagasse pelo envio desses documentos a São Paulo, e depois os remetesse de volta aos cartórios eleitorais de cada região.

O grupo estimou, porém, que essa operação custaria em torno de R$ 300 mil, e optou por descentralizar a operação. Agora, voluntários em cada cidade irão coletar os registros nos cartórios de notas e levar as assinaturas até a Justiça eleitoral nos respectivos domicílios dos apoiadores, onde elas serão verificadas.

Segundo o Aliança, 118 mil apoiadores já imprimiram as fichas de apoio ao partido (73% são apoiadores do sexo masculino). Não é possível saber, até agora, quantos formulários foram registrados em cartórios pelo país. O grupo também recebeu fichas preenchidas que foram enviadas para a sede da operação, em São Paulo.

É preciso coletar 492 mil assinaturas para criar um partido no Brasil, distribuídas proporcionalmente conforme o eleitorado de cada estado. Como muitas assinaturas costumam ser consideradas inválidas na verificação, o Aliança precisa entregar um número ainda maior do que esse.  O prazo estipulado pelo movimento é o início de março, para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possa registrar o partido até abril.