Política

PF faz operação inédita dentro de presídio federal de Rondônia

Agentes cumprem três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão; visitas aos presos envolvidos foram suspensas
Penitenciária Federal de Porto Velho Foto: Divulgação/Depen
Penitenciária Federal de Porto Velho Foto: Divulgação/Depen

BRASÍLIA - A Polícia Federal anunciou que deflagrou operação em Porto Velho para desarticular ações que estavam sendo preparadas por uma organização criminosa dentro do presídio federal na capital de Rondônia . Segundo a PF, estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão. Os alvos são pessoas que estariam dando suporte aos presos. Também estão sendo feitas buscas dentro do presídio federal. As visitas aos presos envolvidos foram suspensas por ordem judicial.

Em nota, a PF relatou que estava em curso um plano para sequestrar e até matar agentes penitenciários com objetivo de pressionar o governo e o Supremo Tribunal Federal a liberar visitar íntimas aos presos.

"As investigações identificaram que a facção criminosa já havia realizado o levantamento da rotina e atividade de diversos servidores públicos fora do ambiente de trabalho para serem sequestrados e/ou assassinados em seus momentos de folga", diz a nota.

Ainda segundo a PF, também foi descoberto esquema em que os presos mandavam ordens de dentro da prisão para os integrantes da organização criminosa ainda soltos.

"A análise de bilhetes apreendidos pelos agentes de execução penal do DEPEN demonstrou que os principais líderes de uma facção criminosa, mesmo reclusos em unidade de segurança máxima, conseguiam burlar o esquema de monitoramento e repassar ordens criminosas durante visitas sociais. O sistema de controle do Departamento Penitenciário Nacional identificou a atividade irregular e acionou a Polícia Federal", diz a nota.

Presos planejavam uso de explosivos, diz PF

A PF informou que os presos planejavam usar até explosivos para provocar tumulto em presídios.

Segundo o G1, a operação investiga pessoas ligadas a uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios. Os envolvidos teriam planejado ataques em seis cidades do país, inclusive à sede do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em Brasília.

O grupo é composto por chefes que, detidos na cadeia federal de Rondônia, deixavam bilhetes com subordinados durante visita íntima. Os recados seriam entregues a suas companheiras ou irmãs, que então digitalizariam e mandariam os bilhetes para integrantes de outro facção criminosa, atuante no Rio.

Três dos líderes, ainda de acordo com o G1, serão mandados para Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Os agentes fazem buscas nas celas do trio e na casa das envolvidas. Dez mulheres são investigadas na ação pela relação com detentos de presídios federais.