O secretário do comércio de São Paulo, Jorge Lima, e a associação de comerciantes ligaram na tarde desta quarta-feira para a comerciante Ângela Oliveira, que teve o estabelecimento saqueado por usuários da cracolândia, e prometeram ajudá-la financeiramente a ressarcir o valor do prejuízo que passa dos R$80 mil. Segundo a dona da loja, tanto o secretário quanto a associação não deram prazo ou especificaram valores.
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— Disseram para ficar despreocupada que eles iriam ajudar a ressarcir o dinheiro de prejuízo e fariam um pagamento em pix. Não especificaram prazos e nem datas. Ligaram agora à tarde — afirmou Ângela.
A comerciante em busca que quitar os valores da dívida ocasionada pelo furto das mercadorias abriu uma vakinha online na tarde de quinta-feira. Em menos de 24 horas, as doações já passavam dos R$8 mil. A meta, segundo Ângela, é chegar a R$30 mil.
Usuários da cracolândia saqueiam loja de eletrônicos no centro de São Paulo
A polícia foi acionado para a ocorrência alguns minutos após a invasão que aconteceu por voltas das 21h. No entanto, quando os agentes chegaram no local, toda a mercadoria da loja já tinha sido furtada. Ainda de acordo com testemunhas, os usuários portavam em mãos pedaços de madeira, ferros retorcidos e facas. O que impediu a aproximação dos donos e vizinhos para tentar coibir a ação criminosa.
Do local foram furtados cerca de 20 celulares e um notebook de clientes —os aparelhos estavam para conserto—, além de máquinas utilizadas para o reparo dos produtos, causando um prejuízo de mais de R$80 mil.
— Tivemos que decretar falência. Não tenho condições de repor a mercadoria que foi levada em tão pouco tempo — lamentou a dona do estabelecimento.
Esta não é a primeira vez que a loja é alvo de usuários de drogas da cracolândia. Em abril de 2019, segundo a dona do estabelecimento, outro grupo também saqueou o local portando facas e pedaços de ferro. À época, o prejuízo foi de R$50 mil. A loja funciona no bairro há pelo menos cinco anos e era uma das poucas que resistia ao abandono da região, conforme lamentou Ângela. A comerciante disse ainda que o bairro "vem sofrendo com aumento de roubos e furtos desde a chegada da cracolândia, mas que as autoridades não têm feito nada a respeito".
Em nota, a Polícia Civil de São Paulo informou que enviou equipes para realizar diligências e fazer buscas para tentar localizar os envolvidos. Mas que, até o momento, "não foi encontrado o boletim de ocorrência relacionado ao caso".