São Paulo
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A Prefeitura de São Paulo informou que não vai aumentar o preço da tarifa dos ônibus da capital em 2024, contrariando o reajuste anunciado pelo governo estadual para o trem e o metrô feito na manhã desta quinta-feira (14). Há ao menos 11 anos, prefeitura e estado vinham definindo o preço da passagem do transporte público em conjunto.

A decisão da prefeitura ocorre após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ser pego de surpresa com a notícia de que o governo paulista aumentaria em R$ 0,60 a passagem dos trens e metrôs, na manhã desta quinta-feira (14). Nunes e Tarcísio estiveram juntos na segunda-feira e, na ocasião, não houve martelo batido sobre o assunto, que costuma ser resolvido de forma conjunta pelas gestões municipal e estadual.

Ao GLOBO, Nunes disse que a decisão de manter a tarifa levou em consideração a política da gestão municipal de incentivar o transporte coletivo. Para o prefeito, não se trata apenas de uma questão orçamentária do transporte, mas de uma política pública que envolve mobilidade, qualidade do ar e até o trânsito da cidade.

Segundo nota da gestão municipal, a definição veio após uma reunião conjunta entre representantes da área de transportes da prefeitura e da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com isso, em 2024 a tarifa de ônibus segue R$ 4,40, enquanto o preço para usar as linhas do Metrô, CPTM e ViaMobilidade será de R$ 5 a partir de 1º de janeiro. "A Prefeitura ressalta que não há qualquer impedimento técnico na gestão de tarifas distintas entre os serviços de ônibus, metrô e trens, como já ocorrera em anos anteriores", destacou a gestão.

O reajuste em conjunto é feito há mais de dez anos e se dá porque as estações do transporte sobre trilhos estão majoritariamente na cidade de São Paulo. Com preços diferentes no ônibus e no metrô, por exemplo, o modal que cobrar mais corre o risco de perder passageiros. Além disso, há integração na tarifa dos dois modais via Bilhete Único.

O maior aumento da tarifa ocorreu entre 2014 e 2015, quando a tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,50, um acréscimo percentual de 16,67%. O aumento anunciado por Tarcísio será o segundo maior na última década, de 13,64%.

Aumento de tarifa é assunto sensível para os governantes, especialmente na maior metrópole do país. O maior exemplo disso foi quando, em 2013, a passagem foi reajustada para R$ 3,20 no transporte público sobre trilhos e nos ônibus da capital. Mas os grandes protestos que tomaram conta da cidade (e posteriormente, do país) fizeram o então governador Geraldo Alckmin e o então prefeito Fernando Haddad recuar do aumento, que na prática só durou de 2 de junho até 19 de junho daquele ano.

Hoje, São Paulo é a capital com a 11ª menor tarifa de ônibus do país, já que o valor de R$ 4,40 não é reajustado desde 2020. O maior preço é em Curitiba (PR), onde andar de ônibus custa R$ 6, e Maceió (AL) tem a tarifa mais camarada, de R$ 3,49.

Desacerto entre aliados

Nunes e Tarcísio são aliados próximos desde que o governador assumiu o cargo, em janeiro, mas entraram em rota de colisão quando o tema é o custeio do transporte público. No último dia 29, Tarcísio já havia manifestado sua intenção de reajustar a tarifa do transporte sobre trilhos, sob a justificativa de que o preço atual, de R$ 4,40, está congelado desde 2020 e com isso o subsídio que o governo precisa dar para o Metrô e a CPTM só aumenta.

— A gente precisa começar a fazer conta. Ou eu passo alguma coisa para a tarifa, ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quando entra mais subsídio, eu vou tirar de algum lugar. Então a gente tem que colocar na balança qual política pública que vai pesar mais. Porque não tem almoço de graça. Se a tarifa não subiu, o custo subiu — falou o governador na ocasião.

O entorno Nunes, por outro lado, avaliou que aumentar o preço do transporte público que transporta 7 milhões de passageiros por dia em pleno ano eleitoral, quando o prefeito tenta se reeleger, teria um custo político elevado. A ideia do emedebista é, pelo contrário, deixar o transporte mais acessível especialmente à população de baixa renda e por isso anunciou que os ônibus serão gratuitos aos domingos. O programa 'domingão tarifa zero' começa já neste fim de semana.

Tarcísio se mostrou completamente contrário à ideia e afirmou ser inviável adotar uma medida parecida nos trens e metrô.

— Não consigo ver viabilidade em você colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero — disse — Alguém já apresentou de fato a conta de quanto vai ser o subsídio? Se hoje é este valor, com a catraca livre vai ser mais. Quanto você vai subtrair de outras políticas públicas para vir com a tarifa zero? Para mim isso é algo que não se sustenta, não faz sentido, e nós não vamos embarcar.

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