Política
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Por — São Paulo

Líderes partidários da Câmara Municipal de São Paulo deixaram para depois do Carnaval a decisão se votarão ou não a instalação da chamada CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Além das organizações que atuam na cracolândia, a comissão tem como alvo o trabalho do padre Julio Lancellotti.

O pároco vem sofrendo uma campanha difamatória de conservadores, que o acusam de supostos abusos sexuais de menores.

O vereador Rubinho conseguiu assinaturas suficientes para solicitar a instauração da CPI, mas a abertura da comissão deverá ser confirmada pelo plenário.

Na reunião do Colégio de Líderes nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), afirmou que considerou as denúncias “gravíssimas” e tomou “todas as previdências”. Mas que tem dúvidas com relação ao escopo da CPI.

“CPI ainda tenho alguma dúvida com relação ao escopo dela. Se vamos tratar neste escopo ou em outro. Dai o motivo da minha fala. Precisa de um pouco mais de tempo para examinar junto com a ATM (assessoria técnica da Mesa Diretora da Câmara), que me dirá se esta natureza de denúncia é possível estar neste tipo de denúncia. Ou se faremos ou não novo requerimento”.

Na segunda-feira, a Arquidiocese de São Paulo informou que abrirá uma nova investigação contra  Lancellotti, com base num "suposto novo fato de abuso sexual". Segundo a assessoria de imprensa da instituição, trata-se de uma "averiguação prévia", para achar elementos para uma possível denúncia.

Conservadores estão usando um vídeo antigo, que já havia sido descartado como prova contra o padre, para acusar Lancellotti de pedofilia.

Em nota, a Arquidiocese afirmou que "a recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícia de um suposto novo fato de abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação a busca da verdade". Segundo a entidade, é norma da Igreja investigar o caso “na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade”.

Em suas redes sociais, padre Julio disse que recebeu a notícia da investigação com "serenidade e paz de espírito". O religioso afirmou que "as imputações surgidas recentemente —assim como aquelas que sobreviveram no passado— são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos". Segundo ele, as acusações têm como objetivo atrapalhar o sentido de seu sacerdócio: "a luta pelos desamparados e pelo povo de rua".

A principal motivação para a abertura da investigação por parte da Arquidiocese é um suposto assédio sexual que Lancellotti teria praticado contra um ex-coroinha em 1987. O relato do homem foi dado à revista Oeste, de perfil conservador. A outra razão é uma recente contradição, exposta pela imprensa, em perícias do vídeo de uma acusação anterior que mirava o pároco. 

A Arquidiocese de São Paulo esclareceu na nota que não arquivou uma denúncia antiga da qual padre Julio era alvo, diferentemente do que foi interpretado de um posicionamento divulgado em 23 de janeiro pela própria instituição. Na ocasião, a autoridade católica afirmou que recebeu um vídeo em 2020 e que, depois de uma investigação liderada pela Cúria Metropolitana de São Paulo, não teve "convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia" contra Lacellotti. Com isso, optou pelo arquivamento. O Ministério Público de São Paulo teve o mesmo entendimento na época.

O mesmo vídeo, analisado quatro anos atrás e que não provou nenhum crime envolvendo o pároco, voltou a circular nas redes sociais recentemente. A denúncia foi feita pelo então candidato à prefeitura Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, que se projetou na política por meio do MBL (Movimento Brasil Livre).

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