Policiais militares travaram confronto na tarde desta terça-feira, dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com manifestantes contrários ao projeto do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a respeito das escolas cívico-militares, que viria a ser aprovado no início da noite. Sete estudantes foram detidos e conduzidos ao 27° Distrito Policial (DP), no Campo Belo.
Vídeos publicados pelos próprios manifestantes mostram soldados do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) golpeando jovens com cassetetes em plenos corredores da Alesp. O policiamento no local havia sido reforçado para a votação desta terça-feira. Pelo menos um dos alunos foi detido já dentro do plenário da Casa. De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), uma militante do grupo teve o braço quebrado pelos agentes de segurança.
Em nota, a Assembleia Legislativa afirmou que “alguns manifestantes tentaram invadir o plenário Juscelino Kubitscheck” e os invasores foram contidos pela Polícia Militar e apresentados à Polícia Civil”.
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Alesp tem confronto entre policiais e manifestantes antes de votação
A Secretaria de Segurança Pública informou que a PM atuou para "garantir a segurança dos participantes do ato e de pessoas no plenário, em votação". A pasta acrescentou que as imagens da ação serão analisadas.
O projeto aprovado por 54 votos a 21 nesta terça-feira abre as portas para escolas públicas estaduais e municipais dos ensinos fundamental, médio e educação profissional solicitarem a conversão para o modelo cívico-militar se assim desejarem.
Pela proposta, as escolas que optarem pelo novo modelo terão servidores ligados às secretarias de Educação, municipal ou estadual, como responsáveis pelas atividades pedagógicas, enquanto agentes da Secretaria de Segurança Pública ficarão incumbidos de cuidar da administração e disciplina da unidade.
Por se tratar de um Projeto de Lei Complementar, a proposta precisava apenas da maioria absoluta dos votos (ao menos 48 votos dentre os 94 deputados estaduais) para ser aprovada, em votação única. O texto segue agora para sanção do governador.
A proposição foi apresentada em março pela gestão de Tarcísio, que anunciou o plano em julho do ano passado, imediatamente após o presidente Lula ter anunciado que encerraria o programa federal de escolas cívico-militares, proposto por Jair Bolsonaro.