RIO — Morador do Centro de Araçatuba (SP), o bacharel em Direito Márcio Hajoul, de 26 anos, precisou ficar agachado escondido em seu apartamento durante a madrugada desta segunda-feira, quando ocorreram assaltos a três bancos da cidade com tiroteio e reféns usados como escudos . Ele estava dormindo quando começou a escutar "barulhos de rojão".
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— Moro a cerca de dois quarteirões dos bancos que foram assaltados. Olhei na sacada e vi que na esquina tinha muita gente, começou gritaria e tiroteio. Quando percebi o que estava acontecendo fui buscar meu avô no apartamento dele, no mesmo prédio, e ficamos escondidos, junto com minha mãe, agachados longe das janelas. Também chamamos nossa vizinha, que mora sozinha — diz Márcio.
Ele conta que a sensação "foi totalmente de pânico", pois não conseguiam saber o que estava acontecendo:
— Só ouvia um monte de barulho, tiro, gritaria. Começou por volta da meia-noite e só fomos ver se dava para levantar por volta de 3h30, 4h, que foi quando cessaram os tiros, mas ainda tinha muito barulho. Antes a gente evitou tentar ver para não se arriscar, minha sacada é super aberta.
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Márcio conta que não conseguiu dormir durante toda a noite, pois se assustava com qualquer barulho. Durante a manhã, o clima na rua é deserto, afirma. Ele e a família pretendem ficar em casa, sem sair para trabalhar ou realizar outros afazeres do dia. Essa foi a recomendação da Polícia Militar e do prefeito da cidade do interior paulista. Artefatos explosivos foram distribuídos por ruas e praças.
— Pelo que estou vendo nas redes sociais e grupos de amigos está todo mundo apavorado, sem saber o que está acontecendo, só com medo — afirma.
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