SOS Rio Grande do Sul
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Por — Rio de Janeiro

O Guaíba voltou a ficar abaixo de cinco metros pela primeira vez desde o último sábado. Na tarde desta quinta-feira, a altura da água foi registrada em 4,90 metros, às 15h15, ainda acima da cota de inundação de três metros. Durante a última semana, o lago testemunhou recordes alarmantes de elevação, resultando na invasão das suas águas pelas ruas de Porto Alegre (RS).

Apesar da queda, ainda paira uma incerteza entre especialistas e autoridades locais quanto ao prazo de escoamento, principalmente devido à previsão de chuva para os próximos dias. O GLOBO reuniu em um gráfico o panorama de medição durante os últimos sete dias.

2 DE MAIO

No dia 2 de maio, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) alertava que o nível do lago poderia atingir quatro metros ao longo da madrugada de sexta-feira (3), com a expectativa de chegar aos cinco metros até sábado. Ainda havia a tensão de que a enchente superasse a da tragédia de 1941, quando a água chegou a marca de 4,76 metros em Porto Alegre.

Na manhã daquele dia, a água do Guaíba ultrapassou a cota de alerta, estabelecida em 2,5 metros, e chegava a 2,63 metros. Na parte da tarde, a água passou o limite de inundação de 3 metros e começou a invadir as ruas do Cais Mauá. A última medição daquele dia, às 18h15, aponta o nível de 3,37 metros.

A Defesa Civil emitiu uma orientação expressa para que os moradores de áreas próximas ao Guaíba, nos municípios de Porto Alegre (Zona Sul), Guaíba e Eldorado do Sul, deixassem áreas de risco e procurassem abrigos públicos ou outro local de segurança. A prefeitura da cidade decretou estado de calamidade.

3 DE MAIO

Na noite de sexta-feira, o Guaíba quebra o recorde de maior cheia da história do estado, atingindo 4,77 metros, um centímetro a mais que o registrado em 1941, que foi 4,76. O centro da capital gaúcha começou a ser esvaziado.

No dia, uma das comportas do lago, o portão 14, se rompeu. Além disso, a rede de esgoto foi inundada e a região central da cidade foi tomada por baratas que deixaram as tubulações.

4 DE MAIO

No sábado, o nível ultrapassou os cinco metros. Durante a noite, a marcação das 20h registrou que a água chegava a 5,22 metros. A rodoviária de Porto Alegre suspendeu todas as viagens de chegada e saída, já que o local, que fica às margens do Guaíba, ficou completamente alagado por conta da cheia do lago. Além da rodoviária, as ruas do Centro Histórico de Porto Alegre foram tomadas pela água. O Aeroporto Salgado Filho também foi afetado e teve suas atividades paralisadas até final do mês.

Ainda no sábado, o prefeito Sebastião Melo pediu para que a população racionasse o consumo de água, diante da interrupção no funcionamento de quatro das seis estações de tratamento de água operadas pela Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).

5 DE MAIO

No domingo, o maior nível de inundação foi registrado. O lago Guaíba chegava a 5,35 metros naquele dia. A Prefeitura de Porto Alegre pediu a moradores do Bairro Sarandi, na zona norte da capital gaúcha, que deixassem suas casas após o extravasamento do dique do Arroio Feijó, que teria ocorrido na madrugada de sábado.

Na tarde de domingo, um balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul registrou para 75 vítimas fatais em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado.

6 DE MAIO

O Guaíba ainda se manteve 2,30 metros acima do nível da cota de inundação no dia 6 de maio. Mesmo com as chuvas dando trégua, as águas ainda não haviam começado a escoar de forma vantajosa. Na segunda-feira, chegavam a 20 mil o número de pessoas ilhadas resgatadas.

Um decreto publicado no Diário Oficial de Porto Alegre estabeleceu racionamento de água e restrição do uso do recurso no município, enquanto a enchente que atinge a região impedir a regularização do serviço. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma mensagem para o Congresso com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). A proposta agora precisa ser formalmente apresentada por um parlamentar para poder tramitar na Câmara e no Senado. Com o decreto, fica reconhecida a calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro de 2024.

7 DE MAIO

De acordo com uma projeção do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS na terça-feira, o lago Guaíba pode levar ao menos 30 dias para voltar ao nível abaixo da cota de inundação (3 metros). Apesar da trégua na chuva, a altura ainda estava estabilizada em quase 2,30 metros acima da cota de inundação.

Devido às enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, e principalmente Porto Alegre, os moradores da capital optaram por deixar a cidade em direção ao litoral em busca de água. O desabastecimento atingia parte da região, que também sofre com a falta de energia e de suprimentos, além da ameaça de saques.

8 DE MAIO

Após dias de inundações e tensões, o nível do lago Guaíba baixou cerca de 20 centímetros nas últimas 24 horas, trazendo um alívio para a região. Na quarta-feira, a última atualização da altura foi de 5,03 metros e, apesar do recuo, as ruas da cidade continuavam alagadas.

Além disso, voltou a chover na capital gaúcha após os dias de trégua. O temporal fez com que a prefeitura interrompesse operações de resgate de pessoas ilhadas. Ainda na quarta-feira, um cavalo apelidado de "Caramelo" comoveu as redes sociais por estar ilhado em cima de um telhado em Canoas e uma força-tarefa começou a ser montada para o seu resgate.

9 DE MAIO

Nesta quinta-feira, após cinco dias acima da marca de 5 metros, o lago Guaíba voltou a registrar uma marca na casa dos 4 metros. Durante a tarde, a medição foi de 4,90 metros.

Resgate do cavalo Caramelo, que ficou dias ilhado em cima de telhado no Rio Grande do Sul — Foto: Divulgação
Resgate do cavalo Caramelo, que ficou dias ilhado em cima de telhado no Rio Grande do Sul — Foto: Divulgação

Ainda hoje, o cavalo "Caramelo" foi resgatado por agentes do Corpo de Bombeiros de São Paulo na parte da manhã. O estado tem 428 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, que afetou 1,476 milhão de pessoas. Até o momento, 107 pessoas morreram e outras 130 estão desaparecidas.

* Estagiário sob supervisão de Alfredo Mergulhão

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