Maio foi o mês com maior volume de chuvas na história de Porto Alegre

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Segundo o MetSul, todos os maiores registros mensais de precipitação até hoje, desde o começo do registro dos dados regulares em 1910, foram sempre na casa dos 300 mm ou 400 mm, o que evidencia a excepcionalidade e a anomalia histórica deste mês de maio na capital dos gaúchos.

A média de chuva histórica de maio na capital gaúcha pela série 1991-2020 é de 112,8 mm, o que revela a excepcionalidade de maio de 2024 em Porto Alegre. Isso significa que, entre o dia 1º e as 9h do dia 27, choveu 455% da precipitação média mensal.

Quando o MetSul considerou o intervalo de 30 dias, a partir de 27 de abril, quando começou o período chuvoso, até o começo da manhã de 27 de maio, o volume na estação do Jardim Botânico somou 664 mm em 30 dias ou 44% da média anual inteira.

A maioria dos meses mais chuvosos na história de Porto Alegre ocorreu em anos com atuação do fenômeno El Niño, em 1941, 1982, 2023 e 2024. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, alterando a circulação atmosférica e alterando a distribuição de umidade e temperatura em vários locais do planeta.

Medições apontam que ao menos cinco municípios registraram acumulados superiores a mil milímetros entre 28 de abril e 28 de maio: Fontoura Xavier, Caxias do Sul, Cerro Branco, Guaporé e Sinimbu.

1. Maio de 2024 - 513,6 mm
2. Maio de 1941 - 405,5 mm
3. Maio de 1942 - 294,7 mm
4. Maio de 1984 - 286,8 mm
5. Maio de 2019 - 245,1 mm

1. Maio de 2024 - 513,6 mm
2. Setembro de 2023 - 447,3 mm
3. Maio de 1941 - 405,5 mm
4. Junho de 1944 - 403,6 mm
5. Abril de 1941 - 386,6 mm
6. Junho de 1982 - 365,6 mm

O grande volume de chuvas na capital gaúcha também aconteceu em outras regiões do estado do Rio Grande do Sul em maio. Com a subida do nível das águas dos rios que desaguam no lago Guaíba, o corpo d'água que banha Porto Alegre atingiu uma altura recorde no começo do mês. O pico foi de 5,35 metros na Usina do Gasômetro no dia 5, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA), em colaboração com o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

O Guaíba já havia superado o recorde de maior nível na véspera, de acordo com dados do SNIRH, ao atingir a marca de 5,24m. O registro anterior de 4,76m foi anotado há 83 anos, nas cheias de 1941.

O lago chegou aos 3,73 metros, de acordo com medição feita na altura da Usina do Gasômetro, no centro de Porto Alegre, às 21h desta quinta-feira (30). A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) substituiu o cais Mauá, cuja cota é de 3 metros, pela usina como referência oficial da inundação do lago. A cota de inundação no local é de 3,69 metros.