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SP recebe 725 mil exames da Coreia, promete zerar fila por resultados e não descarta intensificar quarentena

Governador João Doria disse que se taxa de isolamento social voltar a cair ele adotará "medidas mais restritivas"
O Governador do Estado de São Paulo, João Doria, atualiza o quadro da pandemia no estado Foto: Governo de São Paulo / Agência O Globo
O Governador do Estado de São Paulo, João Doria, atualiza o quadro da pandemia no estado Foto: Governo de São Paulo / Agência O Globo

SÃO PAULO -  O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira a chegada de 725 mil testes para o novo coronavírus e promete zerar a fila por exames na próxima semana. O governador João Doria disse nesta tarde que não descarta endurecer as medidas de isolamento social no estado se a maioria da população não respeitar a quarentena.

- Se não houver uma resposta correta da população, até aqui está havendo e espero que continue, adotaremos sim medidas mais restritivas - afirmou Doria.

A meta do governo paulista é de um isolamento social em torno de 60% da população. No domingo, esse índice foi de 59%. Os dados de segunda-feira ainda não foram divulgados.

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Hoje são cerca de 15.600 pacientes esperando por diagnóstico da Covid-19 no estado. O governo promete ampliar dos atuais 2 mil resultados processados por dia para 5 mil na próxima semana e, em maio, para 8 mil.

A remessa de testes veio da Coreia do Sul. O primeiro lote, de 725 mil exames, já está nas dependências do Instituto Butantan. Eles serão processados por uma rede de 34 laboratórios. Há ainda um segundo lote para ser entregue até o dia 25. Ao todo, a compra foi de 1,3 milhão de exames.

O estado contabiliza 8.895 casos confirmados de coronavírus e 608 mortes.

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O diretor do Instituto Butanta, Dimas Covas, disse que a previsão é zerar a fila de espera por resultados até a próxima semana.

-Isso dá uma tranquilidade para que tenhamos uma visão clara da expansão da epidemia - disse Dimas Covas.

Mas ele destacou que uma visão mais próxima da realidade sobre a amplitude da epidemia somente será possível se os governos conseguirem reduzir a fila de espera.

- Estamos sempre olhando pelo retrovisor - disse.

O secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, admitiu haver subnotificação da doença e disse que o estado está contabilizando apenas os casos que são internados e os óbitos, que representam apenas 20% das pessoas acometidas pelo vírus.

- Se hoje temos 20 mil pessoas internadas, nós temos 100 mil que estão acometidas da patologia. Porém, elas não aparecem porque não necessitam de atendimento hospitalar - explicou Germann.

Há preocupação com as subnotificações de caso em todo o país por causa da baixa testagem da população por falta de exames. São Paulo é o epicentro da epidemia.

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