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Política Bolsonaro

Veja dez vezes em que Bolsonaro minimizou a crise do novo coronavírus

Presidente já chamou medidas de "histeria", crise de "fantasia" e criticou medidas de governadores contra a disseminação do novo vírus
O presidente Jair Bolsonaro 20/ 03/ 2020 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro 20/ 03/ 2020 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO - Desde que o primeiro caso de um paciente com Covid-19 foi confirmado e o novo coronavírus passou a circular no país, o presidente Jair Bolsonaro minimizou e relativizou em diversas situações e em entrevistas a gravidade do vírus. Bolsonaro já chamou a doença causada pelo novo vírus de "gripezinha", caracterizou medidas de governadores para conter a disseminação como "histeria", disse que o coronavírus estava sendo "superdimensionado" e que a mídia propagava "fantasias".

Confira dez vezes em que Bolsonaro minimizou a crise do novo coronavírus

— Durante o ano que se passou, obviamente, temos momentos de crise. Muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga. Alguns da imprensa conseguiram fazer de uma crise a queda do preço do petróleo — disse o presidente, minimizando o novo coronavírus, no dia 9 de março, em entrevista à imprensa.

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— A questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus. Então talvez esteja sendo potencializado até por questão econômica, mas acredito que o Brasil, não é que vai dar certo, já deu certo — declarou o presidente durante um encontro com a comunidade brasileira em Miami, no dia 9 de março, durante viagem oficial de quatro dias aos Estados Unidos.

— Não vou viver preso dentro do Alvorada. Se eu resolvi apertar a mão do povo, é um direito meu, eu vim do povo. Tenho obrigação de saudar o povo — afirmou o presidente, no dia 16 de março em entrevista à Rádio Bandeirante, após descer a rampa do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores que participaram da manifestação a favor do governo e contra o Congresso e o Judiciário.

— Se eu me contaminei, tá certo? Olha, isso é responsabilidade minha, ninguém tem nada a ver com isso — disse o presidente, no dia 16 de março, após ser questionado sobre cumprimentos à apoiadores no Planalto.

— Esse vírus trouxe uma certa histeria e alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia — em entrevista à "Rádio Tupi", em 17 de março, em meio a um acirramento entre o governo federal e os governadores sobre as medidas de contenção do novo coronavírus.

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— Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar — afirmou Bolsonaro, referindo-se à facada que recebeu durante a campanha presidencial em 2018, em entrevista coletiva no dia 18 de março.

— Vão morrer alguns pelo vírus? Sim, vão morrer. Se tiver um com deficiência, pegou no contrapé, eu lamento — disse Bolsonaro,  que afirmou ainda que é preciso "alongar a curva da contaminação" para atender aos idosos, mas avaliou que é inevitável a morte de pessoas nos considerados grupos de risco.A declaração foi dada no dia 21 de março em entrevista ao “Programa do Ratinho”.

— É uma questão grave, mas não podemos entrar no campo da histeria — afirmou ao responder, no dia 22 de março, pergunta sobre o que o governo federal estava fazendo contra o desabastecimento de alimentos e produtos nas cidades, em entrevista para a TV Record.

— O número de pessoas que morreram de H1N1 foi mais de 800 pessoas. A previsão é não chegar aí a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus — disse, no dia 22 de março, ao se referir ao surto de H1N1, ocorrido em 2009.