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Celina

Conheça Lizzo, a cantora americana que usa a música para combater a gordofobia e enaltecer o amor-próprio

Com sua mistura de hip hop, pop e R&B vibrante, ela vem sendo apontada por revistas especializadas como uma promessa para 2019 e já conquistou Rihanna
Lizzo, durante apresentação do BET Awards 2019, nos EUA Foto: Arte sobre foto/Reprodução
Lizzo, durante apresentação do BET Awards 2019, nos EUA Foto: Arte sobre foto/Reprodução

RIO - "Espelho, espelho meu/Não diga, porque eu já sei que sou linda/Não é minha culpa que eu estou aqui chamando atenção/ Na fila do pão eu sou o sonho/ Ponha a culpa na minha suculência", canta Lizzo , cantora e rapper americana, de 31 anos, que usa sua voz, em músicas como "Juice", para combater o machismo e a gordofobia e enaltecer o amor-próprio .

Quem ainda não a conhece, é só uma questão de tempo. Além de ter lançado um álbum, em abril, até o fim do ano vai estrear nas telonas no próximo filme de Jennifer Lopez , "Hustler". No domingo, em sua apresentação no BET Awards , premiação que celebra a cultura e música afro-americana, foi aplaudida de pé. Na plateia, sua fã mais célebre, Rihanna , não parou de dançar.

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RIHANNAAAAAAAAAAAAAA 😫 @badgalriri | @sashabefluting AWARD SHOW DEBUT!

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Em abril, Lizzo lançou o seu primeiro álbum, "Cuz i love you" , por uma grande gravadora, a Atlantic Records. Com sua mistura de hip hop, pop e R&B vibrante vem sendo apontada por revistas especializadas como uma promessa para 2019. Ela tem outros dois trabalhos, independentes, o “Lizzobangers” (2013) e o “Big grrrl small world” (2015).

Lizzo na capa do seu novo álbum, "Cuz i love you" Foto: Divulgação
Lizzo na capa do seu novo álbum, "Cuz i love you" Foto: Divulgação

Em 2016, com o EP "Coconut oil", emplacou seu primeiro hit, "God as hell" . A música é um hino de auto ajuda sobre amor-próprio. O tema é bastante recorrente em suas canções, cujas letras ela mesmo escreve:

"Vamos, enxugue seus olhos/Você sabe que é uma estrela, você pode tocar o céu/ Eu sei que é difícil, mas você tem que tentar/ Se você precisar de conselhos, deixe-me ajudar/ Se ele não te ama mais/ Apenas carregue sua bunda pra fora da porta/ Eu jogo meu cabelo, veja minhas unhas/...Ei menina, precisa chutar o balde/ Tem que respirar fundo/ É hora de focar em si mesma/...Tome as rédeas e mude a sua vida/ Você pode ter tudo, sem sacrifício/Eu sei que ele errou mas podemos acertar/ Então, liberte-se essa noite/ Porque ele não te ama mais/...Querida, como você está se sentindo? /(Me sentindo bem pra caramba)."

Em "Soulmate" ela volta ao tema: "Eles costumavam dizer: para pegar um homem, você tinha que saber como olhar/Eles costumavam dizer: para manter um homem, você tinha que saber cozinhar/Mas eu estou sozinha no Soho, tomando Soju em Malibu/É eu mesmo, meio que atitude/Porque eu sou minha própria alma gêmea (Yeah, yeah)/Eu sei como me amar (me ame)".

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A importância da união entre as mulheres também faz parte do seu ativismo. Numa entrevista recente ao portal de notícias americano Austin 360, ela falou da necessidade desse apoio na indústria da música: “Quando as mulheres eram adoradas como deusas, alguém sempre teve problemas com isso e tentou nos impedir de sermos deusas. Especialmente na cultura ocidental, existem dispositivos reais no esforço de manter as mulheres separadas e intimidadas, e em concorrência entre si. Especialmente no hip hop. Os homens ainda dominam a indústria da música e empresas americanas, mas quando nos encontramos e ficamos juntas é incrível. Eles não podem nos quebrar."

Na apresentação do BET Awards, domingo, ela foi anunciada pela atriz Regina Hall como a responsável por "levar a magia da garota negra para outro nível". Ela performou a música "Truth hurts", que se tornou seu maior sucesso ao alcançar o 17º lugar na parada Billboard Hot 100, depois de ser incluída na trilha do filme "Alguém especial", da Netflix. Vestida de noiva, como no clipe, dançou em cima de um bolo gigante e tocou flauta.

Após a apresentação, o jornal "The Washington Post" disse que esse é o verão dela: "Essa performance é mais um ponto alto de 2019 para Lizzo, que saiu de anos de underground para o estrelato pop". Em entrevista após a performance, ela disse estar realizada por tocar para pessoas com as quais tem identificação: "Eu tenho feito música há muito tempo, tipo dez anos fazendo shows. Mas tocar para pessoas negras, a minha galera, me deixa muito animada". O vídeo da performance, no You Tube, já teve 1,7 milhão de visualizações em menos de dois dias .

Em setembro, ela poderá ser vista no cinema no novo filme de Jennifer Lopez, Hustler, de acordo com a revista americana "Variety". Ainda não há detalhes sobre seu papel, mas o filme é uma adaptação da reportagem "The Hustlers at Scores", publicada pela jornalista Jessica Pressler na revista New York Magazine. O filme contará a história real de um grupo de strippers de um bar de striptease, que se uniram para aplicar um golpe em seus antigos clientes, todos executivos de Wall Street. Antes disto, Lizzo deu voz à personagem Lydia na animação "UglyDolls", que estreou no Brasil em maio.

Lizzo, na verdade, é o nome artístico de Melissa Viviane Jefferson, que nasceu em Detroit, em 27 de abril de 1988. Antes da carreira solo, ela fundou os grupos de hip hop underground  The Chalice, Grrrl Prty, The Clerb, Ellypseas e Absynthe.