Celina

Um mantra para as garotas: "Sua diferença é o seu poder"

Maior evento de inovação do mundo tem iniciativas para promover a autoconfiança das meninas e também para incentivá-las a estudar ciência e tecnologia
Maior festival de inovação do mundo apresentou plataforma que une tecnologia e storytelling imersivo para ajudar as meninas a serem mais autoconfiantes. projeto já tem bonecas negras à venda Foto: Divulgação
Maior festival de inovação do mundo apresentou plataforma que une tecnologia e storytelling imersivo para ajudar as meninas a serem mais autoconfiantes. projeto já tem bonecas negras à venda Foto: Divulgação

AUSTIN, EUA - “Você não precisa de superpoderes. Você já tem. Sua diferença é o seu superpoder.” Foi com essa frase que Múkami Kinoti Kimotho, criadora da Royelles Inc., abriu sua palestra no SXSW 2019 (o maior festival de inovação do mundo) na última sexta-feira, em Austin, no Texas. Kimotho é a fundadora de um plataforma que une tecnologia e storytelling imersivo para ajudar garotas de 4 a 12 anos a serem mais autoconfiantes e autênticas. As meninas podem criar avatares e contar como estão se sentindo sem medo de abrir o coração.

O projeto, que já tem desde bonecas negras à venda até uma exposição circulando pelos Estados Unidos, tem um objetivo ambicioso: atingir mais de um milhão de garotas no mundo todo.

"Precisamos que nossas crianças cresçam tendo certeza de que podem ser o que quiserem e do jeito que quiserem, sem padrões estéticos limitados”, afirmou. “E cada mãe e cada pai têm a obrigação de mostrar o quanto o mundo é diverso e lindo.”

Um discurso muito semelhante esteve presente em outro momento do SXSW: uma mesa chamada "Science, spice and everything nice - girls in STEM", com três cientistas e uma jovem youtuber. STEM é a sigla para as profissões ligadas a ciência, tecnologia, engenharia e matemática - trabalhos ainda hoje considerados mais masculinos - e Sara Dietschy, a youtuber, não se conforma: “Cresci ouvindo muita gente dizer que eu era estranha porque gostava de entender mais sobre a tecnologia, e não apenas usá-la. Isso não pode continuar.” Com mais de 440 mil inscritos no seu canal, ela segue na mesma cruzada que Kimotho.

Já Francesca Francesca Rossi, líder de ética global da IBM e professora de ciências da computação em diversas universidades (onde só 20% dos alunos são mulheres nas suas turmas) lembrou que dois terços das garotas estão interessadas em ciências no quarto ano do ensino fundamental. “Mas algo muito misterioso ocorre no ensino médio e essas meninas não se tornam cientistas.” O caminho, afirmou, é que pais e escolas se unam para mudar esse cenário. “E vale lembrar que não precisamos ser como os homens. Temos que fazer ciência como mulher, com o nosso olhar, a nossa paciência, as nossas habilidades. Essa é a riqueza da diversidade.”