Era 1968 e Alaíde Costa havia conquistado o quinto lugar do Festival Universitário da TV Tupi, cantando “Outra viagem”, de José Miguel Wisnik, quando ela e o compositor resolveram esticar numa boate. Por um motivo que já não lembra mais qual, ela teve vontade de tirar o anel que vestia e presentear Wisnik. Cinquenta anos depois, ele devolve a gentileza em forma de música, compondo “O anel”, canção que batiza o disco que a dupla lança hoje, aniversário de 85 anos de Alaíde, e retoma o elo entre os dois.
Aos 65 anos de carreira, a rainha das canções românticas, suaves e dramáticas vive um momento de produção intensa. Outro álbum, desta vez, capitaneado pelo Rapper Emicida e pelo produtor musical Marcus Preto, vem aí. Com músicas de nomaços da MPB compostas para Alaíde cantar. Já chegaram melodias de Joyce Moreno, Ivan Lins, Guinga e João Bosco. Emicida deve escrever as letras.
As oportunidades e, sobretudo, as homenagens tocam fundo na artista, que nem sempre teve o reconhecimento merecido. Alaíde não esconde a mágoa com a turma do banquinho e violão. Ela, que participou (a convite de João Gilberto) dos encontros que marcariam o surgimento do gênero e compôs com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, diz: “quando a bossa nova estourou, fizeram de conta que eu não existia”.
Nesta entrevista, ela conta que só muito tempo depois compreendeu a mão pesada do racismo em sua trajetóriaconta que só muito tempo depois compreendeu a mão pesada do racismo em sua trajetória.
- Era um preconceito velado - define a cantora, que se surpreendeu ao saber o apelido que os companheiros lhe deram pelas costas ("ameixa") e diz se sentir "honrada" ao estar junto de Milton Nascimento e Gilberto Gil na lista de nomes excluídos de homenagem da Fundação Palmares.
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