Cultura

Com discurso anticiência, Sérgio Camargo diz que receberá 1ª dose de Coronavac 'caso fique sem saída'

Presidente da Fundação Palmares usou o Twitter para propagar informação falsa sobre vacina contra Covid: 'DNA alienígena'
Presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo , usou o Twitter para propagar, mais uma vez, informações falsas sobre a vacina contra a Covid-19. Na manhã desta segunda-feira (3), ele afirmou que receberá a primeira dose da injeção caso "fique sem saída", por conta de obrigações relacionadas a emissão de passaporte.

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"Não permitirei que injetem 'DNA alienígena' no meu corpo. Caso fique sem saída, por conta do infame passaporte, optarei pela Coronavac. Não funciona, mas ao menos foi desenvolvida utilizando método tradicional e já bem conhecido (vacina de vírus inativado)", escreveu Camargo.

Vale lembrar que é falso um áudio que circula pelas redes sociais, em que um homem faz diversas alegações a respeito da vacina Coronavac. Uma legenda que o acompanha nos aplicativos de mensagem diz que o autor do áudio é Roberto Klaus, médico virologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Trata-se de uma notícia falsa.

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O Hospital Albert Einstein informa que tal pessoa não faz parte de seu corpo clínico. O nome também não é encontrado no cadastro do Conselho Federal de Medicina (CFM).

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No áudio, o homem diz que a vacina não foi avaliada em pessoas acima de 59 anos. O áudio faz referência a uma experiência de uma pessoa idosa que recebeu a vacina, fez o teste posteriormente e não obteve certeza de que estava protegida.

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A assessoria do Butantan, porém, afirma que "a vacina se mostrou segura e eficaz, com indicação de uso para toda a população adulta, incluindo os idosos".

"O conjunto de dados obtidos nos testes clínicos de fase 3 realizados no Brasil com 12,5 mil voluntários, sob coordenação do Butantan, confirmam que a resposta imunológica e a segurança da vacina no grupo de maiores de 60 anos são semelhantes à verificada no grupo de 18-59 anos, o que sustenta a extensão de indicação de uso do imunizante em idosos, prevista em bula e aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)", diz a nota.

Além de ser aprovada pela Anvisa , a Coronavac entrou para a lista de imunizantes de uso emergencial da Organização Mundial de Saúde, com recomendação de uso de 18 anos ou mais.