Com uma live transmitida ao meio-dia desta quinta-feira, foi inaugurado virtualmente o pavilhão brasileiro na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que será aberta ao público neste sábado. Intitulada "Utopias da vida comum", a representação brasileira foi aberta por participações de José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, e do secretário especial da Cultura, Mario Frias — o projeto do pavilhão é orçado em R$ 1,1 milhão, divididos entre o Governo Federal (R$ 800 mil), e a Fundação Bienal (mais custos indiretos assumidos e ainda não finalizados).
Frias gravou sua participação diretamente de Veneza, para onde viajou na última terça. Em uma fala rápida, o secretário se disse orgulhoso em ver que o pavilhão retratava a "alegria do povo brasileiro" e "o homem comum".
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— As obras chamam a atenção, assiti a um vídeo imersivo muito bem produzido, retratando a alegria do povo brasileiro. É muito emocionante chegar aqui reconhecer que estamos valorizando O Homem Comum. Que essa utopia seja a liberdade, que a gente possa sempre celebrar a cultura brasileira. Somos um povo tradicionalmente caloroso, amigável. É emocionante chegar aqui e reconhecer esses sentimentos tão nobres e tão importantes para nossa nação na Bienal.
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Após a fala de Frias, entraram ao vivo os curadores do projeto, os profissionais do estúdio colaborativo Arquitetos Associados ( Alexandre Brasil, André Luiz Prado, Bruno Santa Cecília, Carlos Alberto Maciel e Paula Zasnicoff) e o designer visual Henrique Penha. Uma das representações dos 46 países que participam do evento nesta edição, o projeto mapeia a presença das utopias na constituição do país, desde a cosmovisão guarani da "Terra sem Males" até a ocupação Maria Carolina de Jesus, na região central de Belo Horizonte (MG). Dirigido por Aiano Bemfica, Cris Araújo e Edinho Vieira, um dos vídeos comissionados para a mostra, exibido durante a visita de Frias, retrata o cotidiano de famílias que ocupam um imóvel abandonado na capital mineira.
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Mais cedo, o secretário e a comitiva da Secretaria da Cultura passaram pelo pavilhão central da Bienal, onde estava montada uma outra obra brasileira independente, a instalação "Oca Red", criada em colaboração entre o designer Gringo Cardia e o cineasta Takumã Kuikuro. A vídeo-instalação, composta também de alguns pequenos troncos de madeira, teve a parte audiovisual gravada na aldeia dos kuikuro, no Alto do Xingu (MT). Financiada pela ONG People’s Palace Projects, que tem apoio da Queen Mary University de Londres, a obra propõe formas de viver conectadas com a natureza, e a necessidade de preservaçao das áreas nativas e dos povos originários. Frias e a comitiva não se detiveram na instalação.