Cultura

Aparecida Vilaça e Silviano Santiago vencem o Casa de Las Americas

Um dos principais prêmios da América Latina recompensou os autores nas categorias Literatura Brasileira e Ensaio
A antropóloga Aparecida Vilaça, do Museu Nacional, em mesa da Flip 2019, com o jornalista Paulo Roberto Pires Foto: Walter Craveiro / Divulgação
A antropóloga Aparecida Vilaça, do Museu Nacional, em mesa da Flip 2019, com o jornalista Paulo Roberto Pires Foto: Walter Craveiro / Divulgação

RIO — Um dos prêmios mais importantes da América Latina, o Casa de Las Americas anunciou nesta sexta-feira, 31, a antropóloga Aparecida Vilaça e o escritor e crítico literário Silviano Santiago como vencedores, respectivamente, das categorias Literatura Brasileira e Ensaio. Aparecida ganhou pelo livro “Paletó e Eu — Memórias de Meu Pai Indígena” e Santiago por “Uma Literatura nos Trópicos”, ambos trabalhos de não ficção.

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O Casa de Las Americas é sediado em Cuba, mas premia livros de diversos países da América Latina. Além do Brasil, há categorias especiais para a literatura de Cuba, México, Porto Rico, Martinica, Guatemala, Argentina e Chile.

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Em seu livro, “Paletó e eu” (Todavia), Aparecida relembra sua convivência com o povo Wari, que ela foi estudar nos anos 1980 no interior de Rondônia. Lá, ficou tão próxima de um indígena chamado Paletó que acabou sendo adotada por ele como filha. No livro, ela o descreve como um pensador e intelectual. Durantes anos, mantiveram contato, inclusive com várias idas de Paletó ao Rio de Janeiro, cidade onde Aparecida reside. Entre os jurados da categoria estavam os escritores Pedro Meira Monteiro e Flávio Carneiro, e a deputada Manuela D'Ávila.

O escritor Silviano Santiago Foto: Divulgação
O escritor Silviano Santiago Foto: Divulgação

Já “Uma Literatura nos Trópicos”, de Silviano Santiago, é considerado um marco na carreiro do crítico. O livro ganhou uma nova edição da Cepe Editora no ano passado, em comemoração aos 40 anos de sua publicação original.

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Na nova edição do livro, foram incluídos cinco ensaios inéditos de Santiago, que se juntam a outros textos já conhecidos sobre autores como José de Alencar e Eça de Queiroz. O livro venceu dentro de uma categoria especial, o Prêmio Ezequiel Martínez Estrada, que tem um caráter de homenagem e não passa pelo júri.