Pedro Drummond, neto de Carlos Drummond Andrade está esperando passar "o calor dos acontecimentos" para "pensar com a cabeça fria" e decidir o destino da obra do avô, que deixará de ser publicado pela Companhia das Letras . Em mensagem enviada ao GLOBO, Pedro disse seguir os conselhos de sua bisavó, Julieta Augusta, mãe do poeta, "que Carlos levava no bolso". Em seguida, encaminhou a fotografia de um bilhete escrito pelo próprio Drummond com "recomendações de mamãe": "1. Não guardes ódio de ninguém. 2. Compadece-te sempre dos pobres. 3. Cala os defeitos dos outros".
![Bilhete que o poeta Carlos Drummond de Andrade levava no bolso com recomendações de sua mãe, Julieta Augusta Foto: Reprodução](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/25172411-fa4-d41/FT1086A/WhatsApp-Image-2021-08-26-at-10.29.39.jpeg.jpg)
Nesta quarta-feira (25), a Companhia das Letras anunciou que Dummond não fará mais parte de seu catálogo por não ter sido possível "aceitar os termos de renovação do contrato". O GLOBO apurou que a interrupção das negociações partiu da própria editora. Pedro preferiu não comentar o assunto e apenas agradeceu ao "pessoal da Companhia pelo trabalho que realizaram nestes anos".
Amor e ódio: Como Drummond mudou de opinião sobre Machado de Assis
Além disso, após 20 anos, a Agência Riff deixou de representar a obra do poeta. Em nota pública, a agência afirmou que, a partir de agora, "os assuntos relativos à obra e aos diretos autorais de Carlos Drummond de Andrade" devem sem tratados, diretamente com "Luis Maurício Graña Drummond e Pedro Graña Drummond, proprietários dos direitos autorais e netos do grande escritor".
Drummond passou a ser publicado na Companhia das Letras em 2011. Os 54 livros (poesia, crônica, diários, antologias e livros infantis) já lançados continuarão disponíveis nas livrarias por mais seis meses.