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13% dos museus no mundo podem não reabrir após a Covid-19, aponta Unesco

Pesquisa em parceria da entidade com o Conselho Internacional de Museus também indica que cerca de 90% das instituições mundiais precisaram fechar suas portas nos últimos meses
Funcionário do Museu Real de Belas-Artes da Bélgica inspeciona uma escultura, antes da reabertura da instituição Foto: FRANCOIS LENOIR / REUTERS
Funcionário do Museu Real de Belas-Artes da Bélgica inspeciona uma escultura, antes da reabertura da instituição Foto: FRANCOIS LENOIR / REUTERS

RIO — Estudos da Unesco e do Conselho Internacional de Museus (Icom, em inglês) apontam que 13% dos museus no mundo podem fechar permanentemente por conta da pandemia de Covid-19. Ainda segundo as pesquisas, que terão mais detalhes divulgados pelas duas instituições em breve, 90% dos museus mundiais tiveram de fechar temporariamente durante a quarentena, o que daria cerca de 85 mil centros culturais. O informe foi publicado no site da Unesco, por conta do Dia Internacional dos Museus (18 de maio).

Outro dado destacado pelas pesquisas é que nos países do continente africano e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, em inglês) só 5% dos museus foram capazes de oferecer conteúdo online para seu público. Apesar de, desde 2012, o número de instituições ter aumentado em 60% no mundo, apenas 1,5% desse total de museus estão situados na África e nos SIDS.

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As duas organizações alertam para a perda de recursos dos museus que precisaram fechar durante a pandemia e ressaltam o seu papel na educação e na disseminação da cultura, bem como sua importância para a economia criativa.

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"Os museus desempenham um papel fundamental na resiliência das sociedades. Nós precisamos ajudá-los a lidar com esta crise e a mantê-los em contato com o público", destacou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. "Esta pandemia também nos lembra de que metade da humanidade não tem acesso às tecnologias digitais. Devemos trabalhar para promover o acesso à cultura para todos, especialmente os mais vulneráveis e isolados".

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Presidente do Icom, Suay Aksoy reforçou sua confiança nas instituições e profissionais do setor, mas manifestou preocupação quanto a sua sustentabilidade:  “A área de museus não pode sobreviver por conta própria sem o apoio dos setores público e privado. É fundamental arrecadar fundos de ajuda emergencial e implementar políticas para proteger profissionais e trabalhadores autônomos com contratos precários".