Após uma edição 100% digital em 2020 e outra presencial em agosto de 2021, realizada no galpão Arca, na Vila Leopoldina, a SP-Arte volta a seu espaço original, no Parque do Ibirapuera — no ano passado, o pavilhão estava ocupado pela 34ª edição da Bienal de São Paulo. A 18ª edição da feira paulistana terá 103 galerias, das quais nove são estrangeiras, e a volta da área destinada ao design (que não foi montada no ano passado) com 32 estandes.
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Entre as galerias nacionais, estão nomes como Luisa Strina, Fortes D’Aloia & Gabriel , A Gentil Carioca, Nara Roesler, Almeida & Dale, Luciana Caravello e Pinakotheke. Das estrangeiras, a feira traz espaços da América do Sul, como as uruguaias Galería SUR e a Galeria de las Misiones e a argentina Buenos Aires Fine Arts; Também marcam presença Zielinsky (Espanha), Lamb Arts (Reino Unido), Opera Gallery e Piero Atchugarry Gallery (EUA) e Galleria Continua (Itália, China, Canadá, Cuba e França).
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Para a fundadora e diretora executiva da feira, Fernanda Feitosa, a retomada consolidaainda a recuperação do mercado diante da crise causada pela pandemia, também apontada internacionalmente. Divulgado na semana passada, o relatório anual da Art Basel/UBS mostrou um crescimento nas vendas de arte globais em 2021 de 29% em relação ao ano anterior, com valores superando também o ano de 2019.
— Além da recuperação do mercado com a volta dos eventos presenciais, este cenário fala muito sobre a atuação dos colecionadores e do entendimento de seu papel, apoiando as artes em seus momentos mais difíceis — observa Fernanda.
Após a volta dos eventos presenciais no ano passado, o calendário de 2022 teve início com a primeira edição da ArtSampa, braço paulistano da ArtRio, realizada entre 16 e 20 de março. Muitos galeristas optaram por fazer as duas feiras, mesmo num curto espaço de tempo, corroborando o clima otimista no setor.
— Sempre digo que o mercado de arte é um fenômeno social. A possibilidade de uma retomada destes encontros de forma segura é muito bem-vinda. No período mais crítico da pandemia, os negócios foram fechados remotamente, mas o presencial faz toda a diferença — comenta Fernanda, que aposta em vivências híbridas. — Não chamamos mais de Viewing Rooms, como na pandemia, mas esta bagagem foi incorporada à plataforma digital, criando experiências complementares. Nas três últimas semanas, tivemos mais de 80 mil visitantes no site. A comunicação digital é essencial para dar este passo adiante nos eventos presenciais.
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Entre as novidades de 2022, a feira apresentará o setor Radar SP–Arte, programa voltado a aproximar público e mercado e de agentes autônomos (artistas e espaços autogeridos). Na estreia, o Radar contará com cinco espaços (01.01 Art Platform, Casa Chama, GDA, MT Projetos de Arte e Nacional Trovoa) e nove artistas (Allan Pinheiro, Anitta Boa Vida, Felipa Queiroz, Luisa Brandelli, Natalie Braido, Raphaela Melsohn, Simon Fernandes,Tatiana Chalhoub e Yhuri Cruz).
— Sobreviver no mercado sem uma galeria para administrar a carreira e apresentar as obras aos compradores é uma realidade para poucos. O Radar busca aproveitar o que a SP-Arte sabe fazer de melhor, que é ser uma plataforma de conexão. A gente quer criar uma oportunidade para alguns artistas que hoje estão à beira de entrar no mercado profissional mas que ainda não têm uma representação, assim como mostrar o trabalho de espaços autônimos.
Onde: Pavilhão da Bienal — Parque Ibirapuera, Portão 3. Quando: Qua a sáb, 14h às 20h; dom, das 12h às 20h. Abertura hoje. Até 10/4. Quanto: R$ 50. Classificação: Livre.