Cultura Artes visuais

Jonathas de Andrade será o representante brasileiro na 59ª Bienal de Arte de Veneza, em 2022

Curador-chefe da 34ª Bienal de São Paulo, Jacopo Crivelli Visconti irá elaborar o pavilhão do país no evento italiano
Jonathas de Andrade, artista selecionado para o pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza 2022 Foto: Jéssica Bernardo
Jonathas de Andrade, artista selecionado para o pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza 2022 Foto: Jéssica Bernardo

Responsável pela organização do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza, que será realizada entre 23 de abril e 27 de novembro do ano que vem, a  Fundação Bienal de São Paulo anunciou Jacopo Crivelli Visconti como curador e o alagoano radicado no Recife Jonathas de Andrade como o representante brasileiro no evento italiano.

Andrade se destacou nacionalmente com o projeto Museu do Homem do Nordeste (2013), um contraponto à instituição homônima de caráter antropológico criada por Gilberto Freyre em 1979 na capital pernambucana. Ao contrário do museu original, a proposta de Andrade não é abordar a história da região através de um acervo físico, de objetos e artefatos, mas sim por meio das pessoas e suas histórias.

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Entre os trabalhos recentes do artista de 39 anos estão "Jogos dirigidos" (2019) e "Infindável mapa da fome" (2019-2020). Andrade fez individuais em instituições como o New Museum, (Nova York), o Museum of Contemporary Art Chicago e o Museo Jumex (Cidade do México). Também participou de coletivas como a 6ª Bienal de Istambul, Turquia (2019); a 21° Bienal de Arte Contemporanea VideoBrasil, em São Paulo (2019) ; as 32ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo (2016 e 2010); e "Art from Latin America today", no Museu Guggenheim de Nova York (2014).

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Curador-chefe da 34ª Bienal de São Paulo , Visconti destacou que Andrade "busca em seus trabalhos a ideia de uma cultura autenticamente popular, em todas as possíveis acepções e na intrínseca complexidade dessa definição". No comunicado oficial, o artista se disse surpreso e honrado com o convite: "A ideia de representar o Brasil hoje, seja onde for, é antes de tudo um desafio pela responsabilidade diante do quadro de complexidades cruciais que o país enfrenta. Que a arteconsiga traduzir o embaraço que é viver nos nossos tempos e que inspire sonhos que permitam desatar esses nós".

Com curadoria de Cecilia Alemani, a Bienal de Veneza terá como título "The milk of dreams" ("O leite dos sonhos"), inspirado no nome do livro da artista surrealista Leonora Carrington (1917 – 2011). O evento volta a ser realizado em 2022, após ser adiado em um ano por conta da pandemia.