Artes visuais
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O artista plástico Paiva Brasil, em 2019. Leo Martins/Agência O Globo — Foto:
O artista plástico Paiva Brasil, em 2019. Leo Martins/Agência O Globo — Foto:

Morreu na manhã desta sexta-feira (22), aos 91 anos, o pintor Paiva Brasil, no Hospital Casa Rio Botafogo, na Zona Sul do Rio, por complicações decorrentes da Covid-19. A informação foi confirmada pelo marido, o também artista plástico Wilson Piran.

Integrante da primeira geração construtiva do país, ao lado de nomes como Ivan Serpa, Rubem Ludolf e Waldemar Cordeiro, Paiva Brasil nunca se filiou a correntes concretas ou neoconcretas, ou a grupos como o Ruptura e o Frente. De forma independente, desenvolveu uma linguagem abstrato-geométrica a partir de meados da década de 1950.

Nascido em 8 de agosto de 1930 em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Paiva Brasil mudou-se em 1942 para o Rio, onde iniciou seus estudos de desenho no antigo Liceu de Artes e Ofícios. Em 1954, teve aulas com Santa Rosa e Sanson Flexor no MAM-RJ (que, à época, era sediado no Palácio Capanema), onde fez parte da III Salão Nacional de Arte Moderna, que ficaria conhecido como Salão Preto e Branco.

Como funcionário público, organizou o histórico Salão de Natureza Morta do SAPS (Serviço de Alimentação da Previdência Social), órgão criado pelo médico e geógrafo pernambucano Josué de Castro que sediou o primeiro restaurante popular do país. Já no Ministério da Educação, em plena ditadura militar, levou obras de artistas como Djanira, Inimá de Paiva e Di Cavalcanti para cidades do interior do Rio ao organizar as Exposições Itinerantes.

Sua última exposição "Percurso", no Paço Imperial, em 2019, com curadoria de Luiz Chrysóstomo de Oliveira Filho, fazia um mergulho na obsessão do artista pelo número 5, conciliador de retas e curvas, linhas e espaços. "A matemática que existe no meu trabalho é música, vem da composição sensível de cores e formas. Minha pintura é extremamente musical", dise Paiva em entrevista à jornalista Daniela Name, para O GLOBO, na ocasião.

Curador da retrospectiva, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho diz que Paiva tinha uma produção contida e muito reflexiva:

— Em 70 anos de trajetória, era um artista que nunca visou o espetáculo. Ele produziu o belo, o lúdico, a essência.

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