Um grafite desaparecido de Banksy, feito no muro que separa Israel da Cisjordânia, ressurgiu em uma galeria de arte de Tel Aviv, em um bloco de concreto removido do local. Criado em 2007, o estêncil atribuído a Banksy feito sobre uma posição abandonada do exército israelense em Belém havia sido apagado com spray, e sobre ele foram grafitadas as palavras “RIP Banksy Rat” (o que pode ser uma referência à imagem ou um ataque ao artista, por vezes criticado por banalizar o conflito israelense-palestino).
Agora, o "Slingshot Rat" ("Rato do Estilingue", em tradução livre) reapareceu na galeria Urban, de Tel Aviv, onde está sendo exibido. Segundo Koby Abergel, sócio da galeria, o grafite estava de posse de palestinos que o mantiveram em residências particulares até o início deste ano. Não foi revelado o valor pago pela obra, e o galerista insistiu na leglidade do negócio, dizendo não ter intenção de vendê-la, por ora.
Pesando 400 quilos, o pedaço de concreto foi colocada em uma estrutura de aço para que pudesse ser levantada por um caminhão e levada para a galeria. A tinta que cobria o estêncil teve a tinta acrílica que o cobria cuidadosamente removida, até revelar o grafite original.
De identidade desconhecida, Banksy trabalha na Cisjordânia e na Faixa de Gaza desde 2005, e já leiloou obras para arrecadar fundos para causas palestinas. Seus trabalhos em Belém tornaram-se pontos turísticos importantes na cidade, onde foi inaugurado, em 2017, o hotel Walled Off, projetado pelo grafiteiro, que diz oferecer “pior vista de qualquer hotel do mundo”.
Em entrevista ao jornal britânico Guardian, Jeries Qumsieh, porta-voz do Ministério do Turismo palestino classificou a negociação como "roubo de propriedade do povo palestino": “Eram pinturas de um artista internacional para Belém, para a Palestina e para visitantes de Belém e Palestina. Então transferi-los, manipulá-los e roubá-los é definitivamente um ato ilegal".