As músicas imperdíveis de 2019

Depois do sucesso de "Duas cidades" (2016), o BaianaSystem se superou com o lançamento de seu novo disco, "O futuro não demora" — com mais "cara" de álbum, com conceito e roteiro, do que o primeiro. Um dos destaques é a pesada "Sulamericano", que traz participação de Manu Chao, um dos ídolos dos baianos.

Imagens de campo, animais e pôr do sol se materializam na imaginação enquanto ouvimos a belíssima música do lendário cantor americano. A entrada de instrumentos de cordas na segunda metade ajuda a encorpar uma canção que anseia por um pouco de luz na alma. Leia a crítica de "Western stars", novo disco de Springsteen.

No primeiro single do seu terceiro álbum, "Cuz I love you" (o primeiro por uma grande gravadora), a cantora acertou em cheio as paradas de sucessos com um balanço funk oitentista executado à perfeição (nível Bruno Mars, pode-se dizer). A letra, sobre autoestima, só deixa a coisa mais saborosa.

Duas das maiores estrelas da música pop brasileira juntam as forças e o resultado provoca nas paradas um abalo que a escala Richter mal tem como registrar. Anitta e Kevinho fazem reggaeton dos bons em "Terremoto", faixa perfeita para o Brasil deixar sua marca no Global Pop.

Com um vídeo que bateu recordes — a melhor estreia já registrada no YouTube, com 56,7 milhões de visualizações em apenas 24 horas —, a música mostra a força do pop coreano pós-BTS. Grupo feminino, o BLACKPINK é a próxima estrela do k-pop a entrar com força nos Estados Unidos (e, por conseguinte, no mundo).

Parte "Exorcista", parte "O iluminado", o vídeo de "Bury a friend" apresentou para muita gente o gênio de Billie Eilish : a adolescente de 17 anos que conseguiu criar, com sua música entre o hip hop, o eletrônico e o gótico, o mais sedutor pesadelo do pop em 2019.

Enquanto não vem o novo álbum (são quatro anos de espera), o produtor Kevin Parker, cabeça, tronco e membros do Tame Impala em estúdio, soltou essa pequena gema: canção psicodélica e colorida (como de costume com o TI), entre o yatch rock de um Christopher Cross e a house music dos anos 1990.

A colaboração entre a jovem estrela espanhola do novo flamenco e o astro colombiano do reggaeton acabou saindo maior do que a soma dos dois talentos: a sensualidade de Rosalía casou perfeitamente com o balanço de J Balvin e deu numa faixa irresistível, que subiu alto nas paradas de Global Pop.

"Chegamos ao limite da água / levanta o olhar para o céu", canta Jards Macalé em "Trevas", primeiro single de "Besta fera", seu primeiro disco de inéditas em 25 anos . De volta ao estilo que o consagrou nos anos 1970, o artista fala com gravidade sobre o Brasil de 2019.

"Se você quiser ficar sozinho, venha comigo", canta o barítono Matt Berninger na 14ª faixa do álbum "I am easy to find", do The National. A música reúne os elementos que os fãs sempre esperam da banda: letra melancólica embalada numa sonoridade elegante que melhora a cada ouvida.

O rótulo de "banda hipster" atribuído à Vampire Weekend pode ter afastado potenciais ouvintes, mas o álbum "Father of the bride" deve ajudar a dar outra imagem à banda novaiorquina. Exemplo disso é a solar, pop e grudenta (no bom sentido) "This life".

"Me cansam tantos hipsters e modernos de plantão", canta Tim Bernardes no principal single de "<atrás/além>", novo disco d'O Terno. As letras refletem um amadurecimento do compositor (e da banda) diante de dilemas da vida adulta — e o clipe reflete essa ideia com perfeição.