Cacá Diegues
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Vocês já devem ter percebido que ando aflito com o final da corrente história sobre o fim do agito em torno do fim do mundo e do estado das coisas.

Ando mesmo!

Primeiro, porque não fui eu que inventei essa história. E depois porque não queria mesmo ter que me manifestar sobre o assunto. Não acho que deva explicar o que não fui eu que fiz ou que espalhei. Preferia ficar quieto.

Mas também não dá para ficar quieto. Há sempre um momento-chave nessas histórias. Os responsáveis não podem deixar esse momento chegar ou passar sem que ninguém note. Nem que quem note seja um rigoroso especialista no assunto em questão. Aí ele deita e rola.

O ser humano é a espécie mais evoluída e ao mesmo tempo a mais destrutiva que já existiu. Podemos acreditar nas coisas mais estranhas do mundo e dizer que tudo isso é apenas uma pontinha exposta do que acreditamos. Não tem importância. O importante é que acreditem no Deus em que acreditamos, e que tenham os mesmos heróis e os mesmos livros em que aprendemos tudo.

O Homo sapiens acabou se impondo como único representante desses animais na formação do mundo que então surgia. Dizem que, há uns seis milhões de anos, corria pelas ruas bem construídas dessa civilização a história da sobrevivência dos humanos. Eles haviam contratado um grande escritor de ficção que contava a história de um modo elegante e gentil. Ficava tudo uma coisa só, sempre favorável a eles.

Até hoje contam, com toda convicção, que por aquela época uma senhora muito distinta dera à luz um par de gêmeas, em que uma se tornaria uma das fundadoras do planeta. A outra era avó dos humanos.

O Homo sapiens sempre foi apenas um ser humano sabido, um cara que sabia o que estava dizendo e sabia tirar algum proveito do que estava dizendo. Inventamos a Humanidade e chamamos nossos parecidos de semelhantes. Foi um sucesso estupendo, abafamos a banca.

Já tínhamos à mão vários prêmios que agradavam à natureza. Os mais aflitos torciam pelo recente Neandertal, que ainda duraria anos. Acho que ninguém percebeu nossa admiração pelos humanos arcaicos que sofreram de nanismo. E o Homo erectus soloensis, que se adaptou à existência nos trópicos. E até recentemente os hominídeos das cavernas de Denisova, na Sibéria, uma raça fina desses animais.

Há uns anos, depois que o Homo sapiens já tinha conquistado uma certa independência com seu relativo sucesso, chegamos finalmente à consagração dele como o homem por excelência. De tanto se expor ao sol e à chuva, o Homo sapiens se tornou para o resto dos povos o herdeiro de todos, aquele que comandaria o planeta por falta de cidadania mais competente. Era só entregar a eles que estava resolvida a questão.

E assim foi pelo resto dos milênios. O Homo sapiens era esperto e não ia deixar que ninguém duvidasse de suas escolhas.

(Semana que vem, conto com calma como foi que essa História se acabou. Inté lá.)

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